segunda-feira, 15 de março de 2010

Democracia sempre!!

O Popular

DA REDAÇÃO

Nem só de Arruda vive a política

Altamir Vieira*

Por abuso do poder econômico, políticos de vários Estados, particularmente de Goiás e Tocantins, foram atingidos, nos últimos tempos, pela ação saneadora da Justiça Eleitoral. Não se há mesmo de admitir que todos os candidatos endinheirados comprem votos ou custeiem a mudança de eleitores e façam outros favores às vésperas do pleito.

Há pouco, a propósito das especulações em torno da candidatura ao Senado do empresário José Batista Júnior (Friboi/JBS), o deputado Ronaldo Caiado (DEM) considerou “deprimente” que o poder financeiro tenha prioridade na definição de vagas para estas eleições.

O deputado Jovair Arantes, presidente do PTB goiano, entende a posição de Caiado, mas não concorda com relação ao goiano Júnior, que tem uma história de sucesso empresarial e é líder popular. “Ter sucesso financeiro não pode ser restrição para se tornar candidato”, afirmou Jovair.

Ambos têm razão. Valem as perspectivas em que se colocam e as circunstâncias políticas regionais e nacionais. Há pouco, por exemplo, o TSE baixou normas para o pleito de outubro próximo, obrigando os partidos a fornecer a folha corrida criminal de todos os candidatos, bem como os proibindo de receber doações financeiras sem a identificação de quem doa e de quem recebe.

Alguns criticaram a regra que impede as doações ocultas e devem fundamentar suas razões. A certidão criminal é, até certo ponto, uma questão polêmica. Se valer qualquer denúncia, podem prosperar até aquelas sem provas, de caráter duvidoso e eleitoreiro, privilegiando-se o chamado denuncismo.

A democracia não é perfeita e esses aperfeiçoamentos são bem-vindos. É melhor exigir uma certidão criminal, na forma da lei, do que recorrer a atos institucionais ou aos tais biônicos de triste memória. Hoje, as perdas de mandatos e prisões de acusados são determinadas pela Justiça, com direito de defesa e livre divulgação pela imprensa.

Para isso, muitos lutaram e sofreram pela redemocratização do País, após o golpe de 31 de março de 1964. Com idealismo e sem poder econômico ou violência, o povo derrubou a ditadura e pôs o último ditador para correr pelos fundos do Palácio do Planalto.


*ALTAMIR VIEIRA é jornalista

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