quarta-feira, 10 de março de 2010

Leitor opina!

O Popular

Desapropriação 

Como desembargadora aposentada, considero que o abuso do prefeito Iris Rezende passou dos limites. Como pode pensar em ser candidato depois de pretender expropriar famílias que vivem há 50 anos nas suas legítimas propriedades, em comunidade de conhecimento quase familiar, morando próximos uns dos outros? 

Como tem coragem de pôr todos na rua, dispersá-los? Nem prefeito nem governador podem expropriar os proprietários de imóveis, contra sua vontade. 

Ter propriedade é direito líquido e certo, o que lhes permite impetrar mandado de segurança contra o expropriador, principalmente porque não há motivo que exija tal ato. O motivo é fútil e não se admite tamanho abuso. 

MADALENA VIANNAY 
Vila Nova – Goiânia 

Dia da Mulher

Oficializado em 1975 pela ONU, o Dia Internacional da Mulher eterniza as conquistas femininas por melhores condições sociais, políticas e econômicas. A data é um registro de que a mulher não é um sexo frágil, muito pelo contrário. É um sexo forte que, portador de várias especificidades, exige cuidados. 

Na área de saúde pública, esse reconhecimento inspira avanços na assistência prestada à população feminina. A mulher passou a ser vista de forma integral. Desde 1983, com o Programa Assistência Integral à Saúde da Mulher: Bases de Ação Programática , o ideário feminista para a atenção à saúde integral começou a direcionar as políticas de saúde pública. Rompeu-se o modelo de atenção materno-infantil até então dominante. Antes, ser mulher era ser mãe. Hoje, este conceito se expandiu. 

Nesse cenário, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que executa e controla as ações e as políticas formuladas pelo Ministério da Saúde, sustenta o objetivo de estar presente na vida de todas as mulheres. Desde as orientações de prevenção de DST até os serviços de quimioterapia e radioterapia para as pacientes com câncer, o Sistema Único de Saúde disponibiliza médicos, medicamentos e tratamentos. 

Em Goiânia, são executados pela secretaria, dentre outros, os programas de Pré-Natal, Planejamento Familiar, Controle de DST, Atenção à Mulher em Situação de Violência, Prevenção de Cânceres de Mama e de Colo Uterino. É a forma mais simétrica de relacionamento entre os profissionais de saúde e a população feminina. 

PAULO RASSI 
Secretário de Saúde de Goiânia 

Transporte de professores 

A sociedade goiana, especialmente nos últimos anos, tem assistido ao desmonte da Universidade Estadual de Goiás. Há vários anos, inclusive através da imprensa, tem sido denunciado o esgotamento dos recursos públicos destinados à instituição. 

Para o presente ano, quase como um tiro de misericórdia, está sendo negado pelo administrador público o direito de professores e funcionários ao transporte até os diversos câmpus no Estado. 

O aludido transporte já existe há mais de dez anos, incorporando-se ao patrimônio jurídico dos beneficiados. Apesar de tal fato, a partir do presente ano, não mais será disponibilizado. Causa estranheza que tal atitude seja tomada em um ano eleitoral. Ao que tudo indica, o administrador público não teme a opinião pública, nem os tribunais, pois impede o exercício de direito constitucional ao transporte de servidores e professores. 

CRISTIANE FONSECA 
Setor Bela Vista – Goiânia 

Poluição sonora 

Gostaria de saber quem deve coibir estes veículos com som de verdadeiros trios elétricos. A AMT não toma conhecimento, a PM muito menos e o pessoal do meio ambiente diz que não tem como coibir. Enquanto isso, quem coloca estas aparelhagens em seus veículos trafegam impunemente, com o barulho fazendo disparar os alarmes dos veículos. 

O pior é que fazem isso nas madrugadas e em qualquer hora do dia. É difícil quando você está ao lado de um veículo deste e até o interior do seu estremece. É contravenção colocar sons que ultrapassam a barreira dos cem decibeis. 

MAURO CÉSAR RODRIGUES 
 Setor Bela vista – Goiânia

COMENTÁRIOS DO JOÃO AQUINO

O prefeito de Goiânia Íris Rezende Machado nunca foi e nunca será um democrata, no sentido profundo do termo. Ele atende aos seus interesses e aos interesses de que o cerca, por este ou aquelemotivo. Se esses interesses coincidirem com os do povo, bem; se não coicidirem, que o povo se dane.
É o caso do rumoroso projeto que pretende (ou pretendia) desapropriar os lares de famílias que residem próximo ao Parque Mutirama, com o fito de construir mais uma  obra megalômana, que não serve para coisa alguma, a não ser beneficiar construtoras e atender aos desejos de pessoas ávidas por registrarem seus nomes em placas que ficarão para a história, mesmo às custas de violentar as histórias daquelas as famílias, que viram seus filhos, netos e bisnetos crescerem ali; e mais: criaram uma relação íntima, quase familiar, com seus vizinhos e amigos de tantas décadas.

Outro assunto comentado por um leitor, já me incomoda há muito tempo: quem é o responsável por fiscalizar e punir os excessos de quem usa o som automotivo como forma de aparecer e agredir os cidadãos de bem?
Não é possível mais que as autoridades goianas, principalmente o governador, os prefeitos e secretários municipais ligados ao meio ambiente; tolerem essa violência contra o sossego dos trabalhadores, estudantes, doentes nos hospitais e convalescentes domiciliares, que sofrem com o volume estrondoso dos aparelhos de som, cada vez mais potentes, que circulam pela cidade a qualquer hora do dia e da noite, todos os dias e em qualquer lugar.

Sempre gostei de ir para pequenas cidades do interior para ter um pouco de silêncio e tranquilidade, mas esses irresponsáveis sonoros já invadiram todas as localidade e até as margens dos córregos, rios e lagos com essa infernizante parafernália sonora.

Talvez essas autoridades estejam esperando acontecer tragédias, já que o paciência das pessoas tem limite, para que esses gestores, que deveriam cuidar da manutenção da paz e do sossego urbano, tomem as devidas providências.

2 comentários:

  1. Sou filho de uma moradora na área que se pretende desapropriar. Ela tem 63 anos que mora lá, viu a currutela que era Goiânia no início. Seu vizinho tem quase 70 anos que mora lá também. É duro ver essas pessoas serem enxotadas do lugar que tiveram uma história de vida bonita, sendo pioneiros, ajudando Goiânia a crescer, dando suor e sangue. É duro ver a minha mãe ter que dormir a custa de remédio - ela agradece a Deus quando chega o final de semana, pois este momento ela sabe que nenhum funcionário da prefeitura vai bater a sua porta. É duro ver que a casa que ela conseguiu levantar a poucos 10 anos (em detrimento da antiga e caindo aos pedaços), a custa de muita luta e suor será posta abaixo. É duro saber que ela tem que sair, sendo que ela não quer sair.
    Este projeto precisa mesmo usar um "machado" tão afiado a fim de cortar a raízes dessas pessoas moradoras do centro ? Um projeto tão grande como esse precisa dessa área mesmo ? Acredito que essa área c/ forte risco de desapropriação represente menos de 1% do total do parque. Um absurdo de desumanidade !!! Famílias antigas, uma academia bem tradicional, mais uns poucos comércios e até um centro espírita c/ as suas obras na comunidade, estão prestes a ceder espaço aos tratores. Coitados desses pioneiros, idososos e cansados, vítimas desses tratores.
    rdeperon@yahoo.com.br

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  2. Caro Rubens,

    Quando vemos a sanha pela construção de obras suntuosas, em detrimento das pessoas e de suas mais profundas raízes, ficamos imaginando se os atuais gestores públicos de Goiânia sabem realmente o que estão fazendo.
    Eles estão na base do experimentalismo irresponsável, que faz com que pessoas, como a sua querida mãe, sofra com a possibilidade de ver os seus sonhos, memórias e sentimentos mais ternos sendo demolidos impiedosamente.

    Conte com este espaço, nossa solidariedade e, se preciso, nossa presença física na luta para impedir essa barbárie.

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