sexta-feira, 12 de março de 2010

Meirelles: sob investigação!

O Popular

POLÍTICA

Investigação

Presidente do BC pede vista de inquérito

Núbia Lôbo

Em nota divulgada na tarde de ontem, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, diz que solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) vistas do pedido de abertura de inquérito feito pelo Ministério Público Federal (MPF) no dia 4 deste mês. Meirelles declarou desconhecer o teor do pedido do MPF e que precisa “ter ciência do que se trata” para entrar com as medidas jurídicas cabíveis.

O processo foi distribuído ao ministro Joaquim Barbosa, que decretou segredo de justiça e o devolveu ao MPF com pedido de parecer para o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Com 105 páginas, a única informação divulgada é de que Meirelles é investigado por crime contra a ordem tributária.

Não há um prazo estimado para o processo voltar ao STF, podendo inclusive ser aberto para diligências a serem realizadas pela Polícia Federal. O presidente do BC disse que ficou sabendo do pedido de investigação pela imprensa.

Meirelles destacou que recebe a notícia “com serenidade” já que foi amplamente investigado no passado e teve as acusações arquivadas. Em 2005, ele foi investigado por supostas remessas ilegais de dinheiro para o exterior, inclusive com pedido de quebra do seu sigilo bancário, o que foi negado pelo STF à época.

Meirelles destaca que o patrimônio formado por ele se deve ao “trabalho árduo” cujos rendimentos estão todos declarados conforme a lei. “A maior parte de seu patrimônio foi constituída quando trabalhava no exterior, com a divulgação periódica de seus rendimentos nos documentos oficiais da instituição que presidia”, diz a nota.

O pedido ao STF para investigar Meirelles é necessário porque o presidente do BC tem status de ministro e, consequentemente, foro privilegiado. O privilégio pode acabar caso Meirelles deixe o BC em abril para disputar as eleições deste ano. Se isso acontecer, o processo é remetido à Justiça comum.

Meirelles admite a pretensão de disputar uma vaga ao Senado pelo PMDB de Goiás. Ele também é cotado para candidato a vice da ministra Dilma Rousseff (PT), pré-candidata à Presidência, com a função de acalmar o mercado financeiro sobre o futuro da política monetária brasileira caso a petista seja eleita.

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