quarta-feira, 3 de março de 2010

No picadeiro da morte!

O Popular

ARTIGO

Sonhos interrompidos

Dia 1º de março de 2010, artistas, produtores culturais, professores, crianças, adolescentes e tantos outros se encontraram no picadeiro do Circo Laheto. Desta vez, infelizmente, não foi para celebrar a vida, promover o riso e a alegria, mas para se despedir do Palhaço Palito, 26 anos, brutalmente assassinado.

A morte do palhaço Palito não representava ali apenas as tristes estatísticas de mortalidade dos jovens que moram nas periferias das cidades brasileiras, mas também a fragilidade e a complexidade da luta de milhares de brasileiros que acreditam que podem (re)inventar o mundo e as suas vidas.

Ironicamente, Mauricio de Silva Filho (o palhaço Palito) – um multiplicador de sonhos e esperanças; um educador que se dedicou à formação de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade socioeconômica no intuito de instrumentalizá-los para serem protagonistas de suas histórias de vida; um artista que nos proporcionou inúmeros momentos de ludicidade e risos – foi vítima de uma de suas maiores lutas: não ser apenas um número estatístico de violência gerado pela situação de desigualdade social e segregação socioespacial do nosso País.

Acompanhamos diariamente esta caótica situação e como exemplo podemos citar o assassinato do universitário Alcides do Nascimento Lins, de 22 anos, filho de uma ex-catadora de papel da região metropolitana da cidade do Recife.

Maurício e a Alcides têm históricos de vida análogos. Ambos são oriundos de famílias de vulnerabilidade socioeconômica, moravam em áreas periféricas de suas cidades, foram assassinados antes dos 30 anos de idade e tentaram (re)inventar as suas histórias de vida no propósito de se libertarem da triste realidade de exclusão social, cultural e econômica que a sociedade tem traçado para estes jovens.

Estes dois jovens sonharam e acreditaram que a inventividade, como descreve Peter Pál Pelbart, filósofo e professor da PUC-SP, “não é prerrogativa dos gênios, nem monopólio da indústria ou da ciência, ela é a potência do homem comum”, capaz de possibilitar a criação de novas alternativas de cooperação, associação e relação que lhe permitiria driblar a ordem social estabelecida, criando condições para fossem sujeitos de suas próprias histórias.

Essas histórias mais uma vez foram interrompidas prematuramente. Fato que nos leva a indagar: até quando seremos capazes de conviver com esta violência como se fosse algo natural? Até quando os sonhos e os risos serão interrompidos por lágrimas de desesperança?

3 comentários:

  1. VAI FAZER MUITA FALTA !!
    A saudade, sentimento que impera entre as pessoas.
    Sentimos saudades de centenas de coisas, seja da infância, do primeiro amor, do sorriso de um amigo, do primeiro beijjo.....da primeira vez....Sentimos saudades das pessoas que passaram em nossa vida seja por uma hora ou por dias.
    Sentimos um saudosismo das pessoas que amamos e por algum motivo foi levada da nossa vida de uma forma tão brusca e inesperada que as lembranças sempre nos levam a imaginar como seria se elas estivessem conosco curtindo nossas vitórias e dando força para nossas perdas ou das pessoas que dizemos que odiamos, mas no fundo do fundo as amamos.
    É pessoal a saudade é mesmo um sentimento único....Sempre que escuto uma musica lembro de algo, seja engraçado, critico, triste ou magoado.
    ESSA ERA UMA PESSOA MAIS Q ESPECIAL!!!
    ERA UMA PESSOA UNICA !!!

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  2. ALINE ALMEIDA SANTOS♥

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  3. eterno palito eterno amigo eterno circense saudades eternas...um dia que queria não ter vivido
    o dia que perdi meu palhaço amigo

    o que eu sei foi ele que ensinou
    desde a perna de pau ate o diabolô

    um amigo,um herói,um exemplo
    já mais o esquecerei mesmo que passe muito tempo

    tempo que vai ser ruim de viver,
    porem mais fácil com o que aprendi com você

    você foi nosso amigo,parceiro,nosso irmão
    te digo obrigado palito minha inspiração

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