quarta-feira, 3 de março de 2010

Salvar o Cerrado!

O Popular

Editorial

Triste devastação

Um grave crime ambiental está sendo cometido em Goiás em meio a um absurdo descaso. Trata-se da avassaladora devastação de unidades de conservação no entorno de reservas.

Esse desmatamento avançou sem controle sobre dez quilômetros dessas unidades, praticamente os últimos redutos de biodiversidade do bioma mais ameaçado do Brasil, e ainda pouco conhecido e respeitado.

A constatação é irrefutável, pois de elevada precisão científica, decorrente de imagens de satélite processadas pelo laboratório (Lapig) especializado da Universidade Federal de Goiás.

A expansão imobiliária e a dilatação da fronteira agropecuária são dois dos principais fatores a pressionar o desmatamento, quando o Cerrado tem apenas 2,9% de sua área preservada pelas unidades de conservação e 6,5% em áreas de uso sustentável, chamadas de Apas (Áreas de Preservação Ambiental).

Trata-se de um desrespeito antigo, mas praticado de forma muito intensa entre 2002 e 2009, de acordo com a análise da UFG com base imagens de satélite. Continuar assim não pode.

Chegou o momento de o governo e a iniciativa privada assumirem juntos o compromisso de deter este desmatamento irregular e ilegal, com a adoção das medidas preventivas e, quando for o caso, punitivas – com todo o rigor.

Não é possível ser conivente com crime ambiental tão grave. Esforços devem ser feitos para preservar o pouco que restou do Cerrado – e que ainda assim sofre ameaças.

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