quarta-feira, 3 de março de 2010

O Popular

Carta dos leitores

Vaca Brava

O Parque Vaca Brava é um dos nossos cartões-postais. O lago, circundado pela bela vegetação, imprime beleza à região, umidifica o ar nos períodos de seca, atrai turistas, é ponto de lazer e prática de esportes. É um lugar, contudo, que carece de um olhar administrativo mais responsável por parte da Prefeitura.

As pessoas urinam no chão e, dependendo da ocasião, defecam próximo às árvores, motivo pelo qual há necessidade urgente da construção de banheiros, para não se ter de fazer uso dos sanitários do Goiânia Shopping, sugestão nefasta a quem pergunta sobre o que fazer com as necessidades fisiológicas. Será que os projetistas da sua reforma não se lembraram de tais necessidades do ser humano, onde quer que ele esteja? Sugiro que se cobre uma taxa para uso (algo em torno de 50 centavos), com permanência de um funcionário para adequada manutenção.

Outro problema que incomoda bastante a muitos é a falta de fiscalização dos cães de grande porte sem a focinheira. Existem até mesmo alguns donos que lá os treinam. Acredito que os guardas municipais que, agrupados, desfilam pelo parque, deveriam cobrar atitude daqueles cidadãos, antes que algum incidente desagradável ocorra.

A propósito, já se observa melhora da educação de alguns donos de cães, quanto à coleta de fezes. Os que não o fazem também deveriam ser advertidos pelos guardas. O que dizer, também, do intenso consumo de drogas que, segundo voz geral, ali ocorre?

Já ouvi incontáveis comentários de muitos cidadãos que desistiram de frequentar o local por tantas mazelas que têm de enfrentar.

KÁTIA BRENNER QUEIROZ
Setor Bueno – Goiânia

Reservas ambientais

Cumprimento o repórter Vinicius Sassine pela matéria sobre a devastação das reservas ambientais brasileiras, com destaque para as unidades de conservação do Cerrado. É grave e urgente a situação da reserva localizada entre Goiânia e Anápolis, onde está a Área de Proteção (APA) do Ribeirão João Leite, o Parque Altamiro de Moura Pacheco e o lago que deve abastecer a Região Metropolitana de Goiânia, há pouco inaugurado.

Esta região tem uma biodiversidade muito rica e, se preservada, poderá se tornar um verdadeiro tesouro para as futuras gerações e especialmente para Goiânia, cidade que, com seus inúmeros parques ambientais, tem mostrado sua preocupação com o meio ambiente. Entretanto, conforme mostra a reportagem, existem sérias ameaças à preservação desta área. É que a construção do lago e a beleza natural da região têm despertado a cobiça de empresários, especialmente do setor de turismo, pondo em risco o futuro da região.

Estas três áreas de proteção, essenciais para o equilíbrio ecológico desta nossa região, estão seriamente ameaçados pelo projeto conhecido como Goiânia do Terceiro Milênio, ou Disneylândia do Cerrado, que vem sendo desenvolvido pela Secretaria de Turismo de Goiânia, com apoio de empresários.

Este projeto prevê, segundo matéria publicada na imprensa e nos sites do empreendimento, a construção, em torno do lago, de diversos equipamentos, quase todos dimensionados para um público de porte nacional: hotéis, mirantes, teleféricos, marinas, parques de diversão, museus, centros comerciais, condomínios residenciais, etc., além de áreas para o Parque Agropecuário de Goiânia e o Jardim Zoológico.

Este projeto grandioso em andamento, a Disneylândia do Cerrado, representa, na minha opinião um sério risco para o Parque Ecológico, para a APA do João Leite e para o reservatório de água de Goiânia.

Recentemente a Secretaria de Turismo da Prefeitura de Goiânia anunciou a disposição de transferir para o local o Parque Agropecuário de Goiânia, já tendo recebido a doação de área, próximo à barragem, estando também adiantados os acertos para que o BID financie a obra, a despeito de seu impacto negativo no meio ambiente.

Penso que a população de Goiânia não está bem informada a respeito deste projeto, mas já existem algumas manifestações contrárias.

LUIZ CARLOS MENDES
Anápolis – GO

Criaturas das trevas

Adorei ler o texto de Rogério Borges, Pincher, o rato que late, a respeito daqueles seres realmente odiosos. Até então, eu me considerava a criatura mais politicamente incorreta, visto que fui obrigada a conviver com um espécime dessa neurótica categoria durante longos anos, e não consegui superar o meu pavor.

Aquele olhar falso e gelado me deixava paralisada. Aquele latido nervoso e estridente me petrificava. Quantos anos torturantes eu vivi. Eles tremem como se possuídos por uma força maligna. Não tenho a menor dúvida de que são capazes das maiores atrocidades. E tudo feito da maneira mais dissimulada.

Se precisar de apoio para uma eventual cruzada contra essas criaturas das trevas, conte comigo. Obrigada, realmente foi um grande alento.

ARACY ANDRADE
Goiânia – GO

Paralelo 16

Assisti, na semana passada, a todos os espetáculos do Paralelo 16, Mostra Internacional de Dança. Em síntese, foi ótima, mas no meio da semana. Infelizmente, com a ânsia de ser internacional, trouxeram um grupo da Suíça, por isso bem cotado pelo público.

Mas, no meio da apresentação, viam-se os espectadores, em pequenos grupos, saindo, tempo a tempo, à medida que se percebia que dali não se podia perceber muita coisa nem se encantar com os movimentos contemporâneos. Em contrapartida, as apresentações goianas retiravam do público muito mais do que estes esperavam.

Se no contemporâneo opta-se por provocar a identificação do público na obra, e a reflexão de si mesmo a partir da reflexão da obra, as apresentações nacionais foram definitivamente melhores. Foram mais claras, mas não por isso menos complexas, prendendo o público.

Passar de ufanista, quem desvaloriza a cultura estrangeira, para “cidadão do mundo”, quem valoriza igualmente as culturas estrangeiras e nacionais, é um grande avanço para uma sociedade. Mas daí a se tornar ufanista a favor de uma cultura que não é sua, é um retrocesso.

Espero que o Paralelo 16 sirva de reflexão para os “ufanistas do estrangeiro”, que costumam criticar tudo que é nacional, mas que viram apresentações nacionais satisfazendo ao público mais do que as estrangeiras.

ALEXANDRE GOMIDE
Setor Aeroporto – Goiânia

Dez anos de inclusão

Que excelência a organização do congresso em comemoração aos dez anos de inclusão no Estado de Goiás, realizado nos dias 23, 24 e 25 de fevereiro, evento promovido pela Secretaria Estadual de Educação.

Parabenizo diretamente o coordenador do Ensino Especial, professor Sebastião Donizete de Carvalho, que com muito desempenho e dedicação, juntamente com sua equipe, promoveram o melhor aos profissionais e professores do Estado de Goiás.

Um sonho tão antigo pouco a pouco foi se tornando realidade.

Nestes dias de congresso, foi possível renovar as forças na luta pela inclusão e percebemos que muitas metas foram atingidas no decorrer de dez anos.

CRISTIANE MENDONÇA
Professora do Grupo Goyá Dança e Teatro Inclusivo - Goiânia - GO


COMENTÁRIO DO JOÃO

Começando com o desleixo da Prefeitura de Goiânia nos cuidados e manutenção do parques municipais, a preocupação da leitora Kátia Brenner é muito pertinente. Não adianta o lançamento festivo e a inauguração ainda mais festiva de parques, com direito a foguetórios inacabáveis ás seis horas da manhã. É preciso planejar a administração do parque em suas várias nuances: lazer, esportes, higiene, segurança, apoio ao visitante, informações aos turistas e orientação aos recalcitrantes de sempre.

Tem pessoas que são avessas ao comportamento respeitoso para com os outros. Elas se imaginam com o direito inquestionável de agir como se as outras pessoas não existissem e só suas vontades egoísticas fossem realmente relevantes.

Por isso, é necessário que equipamentos públicos sejam oferecidos a todas as possíveis demandas, para que não haja a justificativa para atos que, no mínimo, demonstram falta de educação.

Quanto à Disneylândia do Cerrado, imagem ótima criada pelo leitor Luiz Carlos Mendes, meu conterrâneo; é mais uma das idéias ridículas que aparecem em Goiânia de vez em quando. Teve um prefeito que, desrespeitando a fração do povo que tem bom gosto, queria tranformar a cidade em Capital Country do Brasil. Agora, querem forçar a barra para que Goiânia, ao invés de cuidar de seu futuro, seja uma vitrine para a megalomania de certos governantes, que nem conseguem dimensionar suas obras realizadas, construindo trambolhos de utilidade duvidosa e efêmera.

Para descontrair, ri muito da carta da leitora Aracy Andrade. Olha, com todo o pesar por aqueles que adoram essas criaturas asquerosas que só sabem latir e infernizar a vida do dono e da vizinhança; cães já foram os melhores amigos das pessoas, quando serviam para caçar, vigiar e até como companhia amistosa. Com a vida paranóica das grandes cidades, até os cachorros se tornaram seres insuportáveis, que dominam e impõem suas vontades aos seus escravos humanos.
Fora a babaquice que é seguir modismos superados em outros lugares, como passear com essas coisinhas horrorosas para tudo quanto é lugar e ambiente. Tem pessoas que chegam a desprezar os seres humanos para dizer que seus totós são mais limpos que muita gente, por isso, podem entrar em bares, restaurantes, cagar nas pistas de parques, avançar em crianças, lamber a boca das visitas, soltar pelos para todo canto e serem tão pedantes quanto os seus acompanhantes.



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