Editorial
Indesejada hidrovia
Em princípio, hidrovias são economicamente desejáveis, pois constituem o meio de transporte mais barato e podem formar conexões com os modais ferroviário e rodoviário, mas longe está de ser este o caso da cogitada Hidrovia Araguaia-Tocantins-Rio das Mortes. Trata-se de projeto inconveniente por duas fortes razões: o desastrado impacto ambiental que provocaria e o mal que causaria a reservas indígenas.
Diferentemente da inserção de Goiás no sistema de transporte hidroviário Paranaíba-Tietê-Paraná, que proporciona vantagens sem agressão ao meio ambiente, uma hidrovia explorando os recursos hidráulicos do Araguaia e do Tocantins soma mais inconveniências do que conveniências.
Foi um erro a aprovação da proposta na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, alimentando a expectativa dos que defendem a hidrovia, como alguns produtores rurais.
A possibilidade de vir a ser construída essa hidrovia viria também prejudicar a economia do turismo de Goiás e do Tocantins, pois os Rios Araguaia e Tocantins deixariam de ser o santuário ecológico que hoje são – e, exatamente por causa disso, atraem tantos visitantes, especialmente no curso da temporada do meio do ano.
E não apenas por causa dos turistas os santuários ecológicos precisam ser preservados e protegidos. Causar impacto ambiental negativo nesses dois rios, como ocorreria com a implantação da hidrovia, é navegar na contramão da prudência e do respeito à mãe natureza.
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