sexta-feira, 12 de março de 2010

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Editorial

O preço da sensatez

Compreende-se que o preço do álcool combustível sofra pressões de natureza sazonal, nos períodos de safra e entressafra, mas não de pode admitir que o produto chegue aos postos de distribuição com valores anormais. Agora ocorreu um recuo significativo, chegando o etanol, ao nível do consumo, com preço vantajoso para os proprietários de veículos automotores.

Pode- se dizer que este é o preço da sensatez, enquanto o de semanas atrás era o da insensatez, pois se continuasse subindo iria compelir os donos de veículos a uma preferência pela gasolina.

Para a economia de Goiás, Estado produtor de álcool combustível, o interessante é o preço da sensatez, ou seja, aquele que sustenta a capacidade competitiva do energético alternativo.

Há também forte interesse social envolvido nesta questão, pois a cadeia sucroalcooleira tem elevada capacidade de geração de empregos, desde o plantio da cana-de-açúcar até o comércio final do açúcar e do álcool combustível.

Para o meio ambiente, o maior consumo do etanol, reduzindo o consumo da gasolina, torna-se uma conveniência, pois a emissão de gases a partir de gasolina nos tanques dos veículos é bastante mais prejudicial.

As autoridades dessa área deveriam estar buscando meios de eliminar o problema de falta de etanol na entressafra. Talvez o caminho venha a ser a armazenagem do produto, no período de safra, quanto a oferta é grande, para completar o necessário suprimento no período de entressafra.


COMENTÁRIO DO JOÃO AQUINO

Nada, mas, nada mesmo, justifica o absurdo aumento do que, pra mim, vai continuar sendo chamado de álcool, pois só passou a ser chamado, principalmente por uma parte da mídia, de etanol depois da visita de George Bush ao Basil. Antes ninguém chamava álcool de etanol.

Mas, servilismo intelectual à parte, não tem explicação o preço do álcool ser tão alto, pois é um combustível 100% nacional e Goiás é um grande produtor, portanto, o preço deveria até ser ainda mais barato do que o praticado em estados que produzem pouco, visto que o transporte, armazenamento e distribuição têm custos menores no consumo interno.

O alinhamento dos preços, uma prática criminosa, é tolerado pelo governo, prejudicando o consumidor de forma direta e não deixando alternativa para o jogo saudável da oferta e procura.

Abastecer em Goiânia ou em Anápolis, fica mais caro do que abastecer em Teresópolis de Goiás, nos postos das BR's e da GO's. Como pode ser isso, se não existem distribuidoras nas rodovias, mas sim nas proximidades dos grandes centros urbanos?

O governo é omisso, tem muito empresário ganancioso e quem paga o pato, ou álcool caro, somos nós, os consumidores.

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