POLÍTICA
Bancada ensaia reação na Assembleia
Erica Lettry
A resistência de Alcides Rodrigues (PP) em apoiar o prefeito Iris Rezende (PMDB) nas eleições deste ano provocou a reação da bancada estadual, que promete reavaliar o apoio ao governo na Assembleia. Com dez deputados compondo o quadro do Legislativo, o posicionamento favorável aos projetos do governo é considerado estratégico desde que o PSDB passou a ocupar lugar na oposição.
A proximidade com o PMDB na Casa foi conquistada por Alcides no ano passado, depois que o racha da base aliada tornou-se explícito. Agora, com as eleições estaduais se aproximando, os peemebistas tinham esperança de compor uma aliança com a base do PP na sucessão estadual. Mas o insucesso das tentativas de conversação com o governador tem aumentado a insatisfação da sigla.
E o clima de mal-estar cresceu ainda mais na semana passada. Isso porque a indecisão do prefeito em disputar o cargo no Executivo teria como uma das causas justamente a dificuldade de ampla aliança, além da falta de sinalização do presidente Lula em favor do prefeito.
Para o deputado Samuel Belchior (PMDB), não existe uma via de mão-dupla na relação com o Executivo. “O governo disse que apoiaria qualquer nome, menos o de Iris. Se eles não podem caminhar com nosso candidato, nós também não servimos para apoiá-lo”, defendeu.
“O partido ficou chateado por Alcides ter vetado Iris. Isso gerou um mal-estar. Achávamos que talvez pudéssemos caminhar juntos, mas agora perdemos a esperança”, revelou o deputado Romilton Moraes. “Ao menos que Henrique Meirelles dê essa opção”, afirmou, referindo-se ao presidente do Banco Central (BC), que voltou a ser um nome cogitado pelo partido após Iris assumir a sua indecisão.
Thiago Peixoto (PMDB) acredita que não faz sentido ao partido dar sustentação a um governo que pode ser oposição nas urnas e que não atende as reivindicações dos deputados em suas bases. “Há prefeitos que acham que não podemos ir a reboque, que temos de assumir uma postura agora”, afirmou outro deputado da sigla. Mas entre os peemedebistas, a maioria acredita que, com o quadro sucessório em Goiás indefinido, o melhor é esperar.
Por enquanto, as conversas não afetariam um dos projetos mais importantes do governo na Assembleia, que trata da venda de 41% das ações da Celg para a Eletrobrás. Os peemedebistas garantem que vão votar favoravelmente à matéria. Hoje o partido se reúne para discutir a sucessão.
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