segunda-feira, 1 de março de 2010

Tribuna de Anápolis
Sábado, 27 de Fevereiro de 2010

SAÚDE

Campanha quer prevenir distúrbios de tireóide

Sem previsão de ser encerrada, a Secretaria Municipal de Saúde e a Apae de Anápolis promovem a partir do próximo dia 6 uma campanha de prevenção ao hipotireoidismo, uma doença que afeta 11% da população mundial, das quais 80% são mulheres na faixa etária acima de 35 anos de idade. O lançamento da campanha será na manhã do próximo sábado, 6, na Praça Dom Emanuel, onde também serão realizadas diversas atividades artísticas e recreativas, como parte da programação comemorativa ao Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de março.

No local, as mulheres que se interessarem ou que tenham sintomas de hipertireoidismo ou de hipotireoidismo poderão se submeter ao exame de TSH (Thyroid stimulanting hormone), ou hormônio estimulador da tireóide, fabricado pela hipófise, uma glândula que fica no meio do cérebro que controla o funcionamento de várias outras glândulas como os testículos, ovários, supra-renais e a tireóide. O exame detecta as disfunções da tireóide, geralmente confundidas com os sintomas da menopausa.

No entanto, muitos casos ficam sem diagnóstico porque os sintomas nem sempre são reconhecidos. Sem o tratamento adequado, oferecido gratuitamente na rede pública de assistência básica à saúde, as doenças da tireóide afetam o coração, os ossos, alteram as gorduras no sangue e causam muitos danos. Nas unidades de saúde pública, como Cais do Jardim Progresso e do Bairro São Joaquim e na antiga Osego, no Bairro Jundiaí, o exame poderá ser feito a partir do dia 8, de segunda às sexta-feira, das 8 às 11 horas, onde também são agendadas consultas com endocrinologistas, caso o seu resultado seja positivo. A meta da campanha é realizar pelo menos 15 mil exames em mulheres na faixa etária mais vulnerável à doença.

Levantamento

Em Anápolis, um levantamento preliminar realizado pelo Laboratório da Apae aponta que 23% dos exames apresentam alterações, segundo revela a biomédica Eliane Pereira dos Santos, coordenadora do laboratório, ponderando que todos estes casos são encaminhados para investigação clínica para se saber se estas pessoas têm alguma disfunção na tireóide. “Confirmado o diagnóstico, encaminhamos o paciente para tratamento clínico”, acrescenta a biomédica, explicando que o tratamento é feito com medicamento de uso contínuo, para o resto da vida, porque o organismo não produz dois hormônios importantes para o organismo, o T3 e T4, que precisam de serem repostos.

A biomédica explica que estes hormônios que controlam o funcionamento de diversos órgãos, interferindo no crescimento, ciclo menstrual, fertilidade, sono, raciocínio, memória, temperatura do corpo, batimentos cardíacos, eliminação de líquidos, força muscular, funcionamento intestinal e controle do peso corporal. Eventualmente, a tireóide pode apresentar problemas que fazem ela produzir hormônios em excesso (hipertireoidismo) ou em quantidade insuficiente (hipotireoidismo), dois problemas facilmente reconhecidos porque o primeiro acelera todas as funções do corpo e, o segundo, deixa tudo mais lento.

A doença afeta pessoas de ambos os sexos e idade, mas as mais vulneráveis são mulheres acima de 35 anos, pacientes em radioterapia de cabeça e pescoço, pessoas que já tiveram problemas de tireóide, usuários de lítio, homens acima de 65 anos, pessoas com histórico familiar e portadores de lupus. Quando não diagnosticada a tempo ou tratada inadequadamente, a doença pode causar sérias complicações como insuficiência cardíaca, hipertensão arterial, glaucoma, anemias, disfunção respiratória, retardo mental, surdez e deficiência no crescimento de recém-nascidos e desordens gastrintestinais, neurológicas, metabólicas e renais.

Eliane dos Santos explica que as disfunções tireoidianas podem ser diagnosticadas com um simples exame de sangue para dosar o TSH, o hormônio estimulante da tireóide. Se o médico considerar necessário, é feita também a dosagem do T3 e do T4. Segundo ela, alguns recém-nascidos apresentam disfunções ou ausência da glândula, diagnosticadas através do teste do pezinho. Crianças com o problema devem começar o tratamento logo após o diagnóstico. Mas o sucesso do tratamento, em crianças e adultos, depende de cada paciente, que precisa tomar diariamente um comprimido de levotiroxina, responsável pelo fim gradual dos sintomas do hipotireoidismo.

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