quinta-feira, 22 de abril de 2010

Marconi: apoio do PTB













PTB reúne dirigentes e oficializa apoio a Marconi

O senador Marconi Perillo (PSDB) recebeu ontem o apoio oficial do PTB à sua pré-candidatura a governador de Goiás. Antes mesmo da reunião, realizada a partir das 16 horas no Hotel Address, no Setor Oeste, em Goiânia, o vereador petebista Henrique Arantes afirmou que o partido já havia fechado com Marconi desde o ano passado e que, mesmo que alguns poucos prefeitos não estejam com o senador, o PTB não mudará sua decisão.

Presidente regional do partido, o deputado federal Jovair Arantes afirmou que acredita na vitória de Marconi ainda no primeiro turno. "Tenho certeza de que as eleições serão decididas ainda no primeiro turno. O trabalho que Marconi faz é de competência, planejamento, organização e de muito entendimento da sociedade em relação a seu projeto político. Então, eu acredito em sua vitória ainda no primeiro turno."

Jovair sinalizou o desejo de que o partido possa indicar o nome do candidato a vice-governador ou a uma das vagas ao Senado. "Temos vários nomes a oferecer, como candidato a vice ou ao Senado." Sobre as pesquisas que mostram o tucano à frente dos outros pré-candidatos, disse que Marconi, diferentemente dos outros, não teve muita exposição na mídia, e isso mostra que o êxito obtido é prova de sua militância como senador. "Iris Rezende (ex-prefeito de Goiânia) teve uma exposição muito forte na imprensa durante sete anos e o outro candidato (Vanderlan Cardoso, ex-prefeito de Senador Canedo) é apoiado pelo governo estadual. O único que não teve exposição na mídia nesse período foi Marconi, sua exposição foi de sua própria militância como senador", disse.

Jovair afirmou que o partido "jogou aberto" com Marconi desde o início. "O PTB jogou aberto o tempo todo, estamos apoiando Marconi porque acreditamos que ele é o melhor nome. Não é por interesses, e sim por entender que Goiás precisa mais uma vez dele, pelo avanço no período em que ele governou o Estado", reiterou. Em relação ao partido ter alguns nomes que não estão de acordo em apoiar Marconi, Jovair disse que o PTB irá mostrar aos colegas de legenda a necessidade de se unirem para trazê-lo de volta.

"O PTB tem conduzido o partido conversando, e com as dissidências que possam existir, nós vamos conversar e mostrar a necessidade de estarmos juntos neste processo", afirma. "O projeto de Marconi agrega um Estado inteiro pelo trabalho que ele já fez, e é isso que nós vamos mostrar para o partido", emendou.

O prefeito de Niquelândia, Ronan Rosa Batista, disse que o norte do Estado já está fechado com Marconi. "Ele sempre esteve muito presente com os prefeitos. Hoje, a participação dos prefeitos do norte é muito ativa com o futuro governador do Estado, Marconi Perillo", disse. Marconi lembrou que o PTB foi o primeiro partido a declarar apoio ao PSDB.

"O PTB foi o primeiro que se aliou ao PSDB para a disputa eleitoral deste ano. O deputado Jovair e seus companheiros têm sido colaboradores desse projeto desde o início, desde as primeiras campanhas, e é partido que agrega muito valor a essa aliança, pela qualidade de seus integrantes e também pelas ideias que trazem para a nossa aliança e ao plano de governo."

Pressão

Jovair Arantes afirmou ontem que a ausência de quatro dos oito prefeitos da sigla no encontro do partido, com a presença do senador Marconi, ocorreu porque os prefeitos têm sido chantageados pelo governo do Estado. "Quando um governo chega e diz que seus recursos estão para ser liberados e se você for lá e der qualquer apoio (a candidato da oposição), você vai ser penalizado, isso para mim é chantagem."

Os quatro prefeitos ausentes estariam inclinados a caminhar com o bloco governista, encabeçado pelo ex-prefeito Vanderlan - segundo disse o próprio Vanderlan, em entrevista à Rádio 730, pela manhã. O pré-candidato do PR tem apoio do governador Alcides Rodrigues (PP). “Não tem dissidência”, disse Jovair. "Não existe isso. Existem quatro prefeitos que administram cidades com problemas, que estão sendo chantageados pelo governo, de certa forma." Segundo o presidente regional do partido, os prefeitos estariam sofrendo “retaliações econômicas” por declararem apoio à candidatura do senador, rival de Alcides.

"Acho natural que haja esse tipo de retaliação. O governo vai lá e auxilia o prefeito, daí ele declara apoio a um candidato que é diferente do governo, é legítimo que o governo se defenda", analisou Jovair, complementando que cabe aos prefeitos reagirem à chantagem do governo. "Eles é que precisam dizer que não aceitam. O PTB tem organizado a sigla, conversado, e aos dissidentes, que porventura possam haver, vamos mostrar a necessidade de estarmos no projeto juntos", disse, referindo-se ao projeto de candidatura de Marconi.

Ao ser questionado sobre quais prefeitos estariam sendo chantageados, Jovair disse que descobriria pela presença deles no evento, além de ter "ouvido reclamações de alguns", que preferiu não nomear. "A reunião é agora. Quem não vier certamente está com problema. Quem vier deve ter menos problemas que os outros. É assim que eu encaro as coisas. A partir disso vamos conversar e tentar resolver", ponderou. Dos oito prefeitos do partido, não compareceram o de Jaraguá, Lineu Olímpio de Souza; Nerópolis, Gil Tavares; Pires do Rio, Luiz Eduardo Pitaluga, e Anhanguera, Wander da Cunha.

Outro lado

Presidente do PP em Goiás, Sérgio Caiado nega as acusações de Jovair e diz que estes quatro prefeitos dissidentes é que procuraram a cúpula do PP. "Na verdade foram esses prefeitos que me procuraram para dizer que estavam apoiando o Vanderlan e para pedir auxílio. Eles declararam apoio ao Vanderlan antes mesmo de ele ser lançado, quando nem o governador tinha declarado apoio ainda", esclareceu.

Sérgio defendeu ainda que Alcides não faz distinção partidária na hora de atender aos municípios. "Alcides é conhecido pelo seu tratamento suprapartidário aos prefeitos. Prefeito de todo partido sobe ao palanque junto com o governador". Em seguida, afirmou que a suposta pressão exercida pelo governo é usada como desculpa pelo PTB para justificar o "apoio espontâneo" dos prefeitos a Vanderlan. "Quando prefeito do PP apoia o Marconi é espontâneo, mas quando os aliados deles apoiam o Vanderlan é pressão?! Nós não usamos as armas deles (aliados de Marconi). Nossa arma é o convencimento, o diálogo, a retórica."

Balestra não descarta composição

Em entrevista, ontem, à rádio Manchester FM, de Anápolis, o deputado federal Roberto Balestra (PP), que tem sido cogitado por integrantes do partido como candidato a vice-governador pela chapa do senador Marconi Perillo (PSDB), não descartou a possiblidade da composição. “A indicação me traz conforto, mas minha posição, nesse momento, é de me candidatar a deputado federal” disse Balestra. “Não estou dizendo que descarto (a possibilidade de compor a chapa como vice), mas é uma discussão que deverá se arrastar até as convenções”, completou em seguida.

A possiblidade de contar como o antigo companheiro de aliança na chapa majoritária agradou Marconi. “Seria ótimo se pudéssemos contar com Balestra na chapa. Ele tem história, tem tradição, seis mandatos como deputado federal, tem experiência. É uma pessoa muito sensata e coerente. Sempre esteve desse mesmo lado. Nunca mudou de posição”, declarou. Apesar do iminente rompimento da aliança PP-PSDB, anunciada desde 2006, quando o então vice-governador Alcides Rodrigues (PP) assumiu o governo no lugar do tucano, Balestra sempre militou pela manutenção da base.

Por conta da insistência pela aliança, que não agradava Alcides, Balestra foi obrigado a pedir demissão da Secretaria Extraordinária de Articulação Política. De lá para cá, manteve-se distante do govenador, mas não deixou de lado a amizade com o tucano. Recentemente Balestra declarou-se insatisfeito com os rumos do partido, que decidiu declarar apoio à candidatura de Vanderlan Cardoso (PR) sem que o assunto fosse discutido pelas bases.


Foto: Lidia Nercessian/Diário da Manhã

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