segunda-feira, 19 de abril de 2010

O nosso Araguaia!







Editorial

Pelo Araguaia

O modal hidroviário é o mais econômico em comparação com todos os outros meios de transporte, mas suas conveniências não se aplicam ao Rio Araguaia, porque a natureza não recomenda a exploração de suas águas para a navegação de carga. O prejuízo ecológico seria grande demais para ser compensado pelos resultados econômicos.

O governo federal insiste em um projeto que, se realizado, exigirá o uso de barcaças, rebocadores e variadas embarcações de calado incompatível com a profundidade dos canais do Rio. Para executá-lo, serão necessárias explosões para destruição de barragens naturais, constituídas de pedreiras no leito do rio, e dragagem, principalmente nos locais de praias e depósitos naturais de gorgulho.

Tal dragagem significa a remoção de centenas de milhares de toneladas de areia e gorgulho, todos os anos. Vale dizer, levaria isto à destruição permanente do leito do rio, das praias, dos lagos e lagoas que margeiam o Araguaia. Iria se provocar desequilíbrio ao bioma dos varjões e vazantes, com surgimento de prováveis áreas de desertificação.

Haverá sério comprometimento do ciclo de reprodução dos peixes, das aves e dos répteis, assim como da flora.

A insistência do governo federal em obter apoio do Congresso à inconveniente hidrovia tem de ser combatida com uma mobilização dos defensores do meio ambiente. A causa é a integridade do Araguaia e não a sua destruição. Que os representantes políticos do Estado abracem, portanto, essa causa.

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