terça-feira, 27 de abril de 2010

Por cidades racionais!







ARTIGO

Como melhorar a mobilidade urbana

A organização do uso do solo, do transporte urbano e do trânsito tem impacto direto nas escolhas dos modos de deslocamento e ocupação do espaço urbano. O sistema de transporte surge para dar mobilidade aos indivíduos em função da necessidade de integração dos mesmos com as diferentes atividades que são definidas pelo uso e ocupação do solo. Desta forma, se estabelece uma relação estreita entre estratégias e políticas de mobilidade e uso e ocupação do solo urbano, análise bastante enfatizada por diferentes pesquisadores, e que compreende, de forma simplificada, um círculo “vicioso” que envolve as atividades, a mobilidade, o transporte e a acessibilidade.

Com foco na mobilidade em cidades brasileiras, precipuamente nas capitais e cidades integrantes de regiões metropolitanas, como é o caso de Goiânia, ressalta-se que necessitam evoluir, pois domina a cultura do modo motorizado individual. A predominância do uso do automóvel e de motos acarreta sérios problemas, como congestionamentos, acidentes, degradação de espaços, poluição sonora e do ar, além de ser ineficiente energeticamente.

Observa-se também um sistema de transporte público coletivo que necessita urgentemente melhorar sua eficiência; e precárias condições para deslocamento pelo modo não motorizado, que inclui a infraestrutura relacionada aos deslocamentos a pé e por bicicleta.

Destarte, com relação a diretrizes para melhoria da mobilidade da população, destaca-se: a) a importância de que o transporte público coletivo seja implementado e gerido de maneira eficiente, buscando-se evoluir concomitantemente às necessidades da cidade, com qualidade e com tarifas módicas, proporcionando um deslocamento digno aos que necessitam do transporte público e uma opção de deslocamento aos que podem se deslocar pelo modo motorizado individual; b) a importância de se priorizar o pedestre, seja no trânsito, seja ao implementar uma infraestrutura de calçadas adequada, que proporcione ao pedestre um caminhar mais seguro e confortável e maior acessibilidade aos portadores de necessidades especiais; e c) a importância de implementar uma infraestrutura adequada ao ciclista, não só por meio de ciclovias e ciclofaixas, como também educando o motorista para respeitar o ciclista em fluxo compartilhado.

Tais sugestões visam, além da melhoria da mobilidade da população, a busca pela sustentabilidade, ao proporcionar melhores e diferentes oportunidades de deslocamento, contribuindo para a qualidade da vida urbana em nossas cidades.

Erika Cristine Kneib é arquiteta e urbanista, mestre e doutora em Transportes Urbanos, professora adjunta e pesquisadora na UFG

Nenhum comentário:

Postar um comentário