quarta-feira, 28 de abril de 2010







POLÍTICA

SUCESSÃO

Ainda no governo, PSDB acirra crítica
Nova onda de ataques vem logo após palácio assumir dianteira da chapa de Vanderlan

Fabiana Pulcineli

A pouco mais de dois meses do início da campanha eleitoral e após o governo estadual assumir a dianteira das articulações da pré-candidatura do ex-prefeito Vanderlan Cardoso (PR) à sucessão de Alcides Rodrigues (PP), o PSDB decidiu intensificar ontem os ataques ao governo pepista. O senador Marconi Perillo liderou a artilharia tucana, afirmando, durante visita a Anápolis, que o “governante não pode ficar sentado na cadeira, na preguiça” .

O bombardeio ao governo Alcides se alastrou também nas bancadas estadual e federal que incorporaram as críticas de Marconi ao pepista. O governador reagiu afirmando que as críticas são “sinal de uma candidatura que está afundando”, em referência à reação do senador e sua bancada.

Apesar das críticas, o PSDB se mantém no governo Alcides, com postos-chave no primeiro escalão, que abriga ainda José Américo (Agetop), José Taveira (Agência de Fomento), Marcos Abrão Roriz (Goiás Industrial), Orion Andrade (Diretoria Administrativa da Celg), Fernando Cunha (Articulação Política), Olier Alves (Chefia de Gabinete de Alcides), Bráulio Morais (Detran) e o coronel Sebastião Vaz (Gabinete Militar).

Coro

Líder do PSDB na Assembleia, o deputado Jardel Sebba é um dos que defendem a retirada imediata de tucanos do governo. Citando o endurecimento do debate público, iniciado com uma declaração de José Américo de que há um hiato de 16 anos de investimento em estradas goianas, Jardel ressalta que Marconi está apenas “se defendendo” e que os ataques se restringem à cúpula do PP. “Quem não gosta da gente é a cúpula do PP”, afirmou Jardel.

Mais duro com seus companheiros de partido, o deputado federal Carlos Alberto Lereia diz que os tucanos que estão no governo não o representam e que estão nos cargos “só por salário”, sem poder de decisão em suas funções.

“Que me desculpem meus amigos, mas são todos um zero à esquerda nesse governo, sem poder nem para marcar uma audiência”, atacou, defendendo que o partido exija a saída dos tucanos do governo ou sua desfiliação.

No grupo favorável à permanência dos tucanos no governo estão o presidente regional do partido, Leonardo Vilela, o deputado estadual Fábio de Sousa e o presidente da Assembleia Legislativa, Helder Valin. Os três usam o argumento de que os companheiros ajudaram a eleger Alcides e que estão nos cargos por mérito e por decisão pessoal.

“Cito por exemplo Fernando Cunha, que foi coordenador-geral da campanha de Alcides. É mantido por gratidão. Cargo é do governador, quem decide é ele”, afirma Fábio Sousa. “Se até as convenções o PP apoiar outro candidato que não o do PSDB, aí é o momento (do PSDB) se afastar desse governo”, diz Valin.

Leonardo insiste que o partido não indicou nomes para o governo e, assim, não tem responsabilidade sobre os tucanos que participam da gestão. “Se a maioria decidir (pela entrega dos cargos), podemos tomar a decisão”, diz.

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