quarta-feira, 28 de abril de 2010

Marconi: foco em Anápolis!

JORNAL ESTADO
                                               DE GOIÁS

Marconi diz que focará Anápolis
Senador fala que ele é o representante da cidade em sua chapa para o governo

Orisvaldo Pires e Marcos Vieira

Em visita a Anápolis nesta terça-feira (27), o senador Marconi Perillo, pré-candidato do PSDB ao Governo de Goiás, repercutiu principalmente os números da pesquisa Ecope divulgada no Diário da Manhã. No levantamento o tucano aparece com 54% das intenções de voto, seguido de Iris Rezende com 42%. Na estratificada para Anápolis, Marconi tem 57,2% e Iris 36%. Questionado sobre os números, Marconi diz que tem uma relação de confiança com o povo anapolino. “Tenho trabalhado por Anápolis como filho de Anápolis”. O pré-candidato promete abrir espaço em seu plano de governo para a cidade e acredita que o Daia precisará de uma nova área em breve, embora o terreno da Plataforma Logística tivesse essa função, quando adquirido em sua administração. Marconi fala ainda que responderá “inverdades” sobre sua história na campanha e espera a presença do presidenciável José Serra em Goiás, para o lançamento de sua pré-candidatura. Leia a seguir os principais trechos da entrevista concedida nesta terça-feira.


JE - Algumas pesquisas mostraram que em Anápolis o senhor e seu principal adversário, o ex-prefeito Iris Rezende, estavam muito próximos. A pesquisa Ecope mostra uma realidade diferente. A que o senhor atribui esse crescimento, essa alteração nos índices?

Marconi - A relação de confiança que existe entre Marconi Perillo e o povo de Anápolis. Essa relação de confiança se aprofundou ao longo destes últimos 12 anos devido ao enorme trabalho que fiz aqui como governador e, agora como senador. Isso principalmente pelo amor que tenho demonstrado a Anápolis e ao seu povo. Muitas pessoas viraram as costas para Anápolis durante o tempo que tiveram o poder em mãos. Anápolis chegou a um ponto de quase desespero, pessoas abandonaram a cidade. Indústrias como a Vicunha foram embora sem que o poder público tomasse qualquer providência. E várias outras foram desviadas de Anápolis sem que se tomasse qualquer atitude. Anápolis foi renegada a décimo plano. Nós precisamos à época redigir um documento, o “Reaja Anápolis”, porque a auto-estima estava baixa na cidade. As obras não vinham e a cidade precisava de muita coisa – reivindicava, por exemplo, um IML e um hospital de urgências. Precisava ainda de melhorias no setor educacional e obras no contorno. Quando assumi o governo depois de uma votação expressiva em Anápolis, as coisas mudaram. Comecei a vir toda semana a Anápolis, para trazer investimentos e benefícios. E a realidade mudou da água para o vinho. Nós trouxemos para cá uma das principais montadoras de automóveis do mundo, que é a Hyundai. Construímos uma nova subestação de energia, a Pirineus, construímos o IML, construímos o Hospital de Urgências – que hoje é um modelo –, demos total apoio à Santa Casa, construímos a sede da Delegacia Fiscal, construímos a rodovia para Joanápolis e ajudamos a viabilizar a construção do anel viário com o trabalho que foi feito junto ao [ex-presidente] Fernando Henrique Cardoso, apoiando emendas de Pedro Canedo e Lídia Quinan, que eram deputados. Fizemos um trabalho intenso para começar a duplicação da rodovia BR-060 Anápolis-Brasília e quando sai ela estava quase pronta. Fizemos um trabalho muito grande para atrair novas indústrias para o Daia – quando cheguei ao governo o distrito parecia um cemitério. Viabilizamos na época umas 20 indústrias de medicamentos e trouxemos outras tantas empresas da área de prestação de serviços e logística. Esse crescimento foi tão expressivo que eu precisei comprar o terreno, de 200 alqueires, para viabilizar a Plataforma Logística. Então as pessoas de Anápolis sabem o quanto nossos governos foram bons para Anápolis. E sabem do verdadeiro comprometimento e do amor que tenho pela cidade. Tenho trabalhado por Anápolis como filho de Anápolis.


JE - É observado em alguns momentos numa eleição que o candidato na frente das pesquisas acaba perdendo pontos ao longo de disputa. O senhor acredita que isso será diferente em Anápolis?

Marconi - Aqui em Anápolis sempre foi diferente, eu sempre tive votações muito expressivas, exatamente porque o povo confia e sabe que amo essa cidade, que não falo as coisas da boca para fora. Eu procuro fazer as coisas acontecerem por Anápolis. Hoje a gente tem a sede da universidade estadual criada por mim e construída aqui em Anápolis. Nós temos uma série de serviços que vieram para Anápolis no meu governo. Como há essa relação de confiança com o povo, eu tenho certeza que vamos ampliar essa frente. Porque de todos os pré-candidatos, quem tem verdadeiro compromisso com Anápolis sou eu. Na minha candidatura ao Senado eu comecei as eleições aqui em Anápolis com cerca de 65% de intenção de votos e acabei com 90%. Isso porque as pessoas perceberam que quem tinha compromisso para valer com a cidade sou eu.

JE - Mesmo com os bons índices, há uma preocupação em criar uma estrutura de campanha forte na cidade e dedicar espaço especial do plano de governo?

Marconi - Vamos fazer uma reunião aqui em Anápolis especificamente para debater ideias, propostas, projetos para a cidade. Daqui a alguns dias a minha equipe de governo e eu também estaremos aqui com as lideranças políticas locais – está aqui comigo o vereador Fernando Cunha – para um debate sobre as propostas específicas para Anápolis que vão constar no nosso plano de governo. Em relação à campanha, nós também teremos aqui uma estrutura para a cidade.

JE - O que mudou das relações que o senhor tem com Anápolis da época em que era governador e agora?

Marconi - São situações diferentes. Quando você está no governo você tem uma possibilidade de ampliar o relacionamento muito maior. Eu diria que mantenho uma relação cordial com Anápolis, com o povo de Anápolis, com as instituições e com as igrejas. Eu venho a Anápolis quase todas as semanas – às vezes a imprensa nem fica sabendo – mas eu venho a um casamento, eu vou a uma reunião nas igrejas, assisto um culto ou missa, às vezes participo de reunião com empresários, com sindicatos. Então a minha relação continua muito forte com Anápolis, mas é diferente agora. O governo nos dá a possibilidade de fazer mais e ter uma relação muito mais ampliada. Não dá para comparar o que é possível fazer como senador com o que se pode fazer quando governador. Mas é claro, depende muito da vontade do governador. Nós fizemos o máximo por Anápolis, mas tem governadores que não fazem ou fazem menos. Então depende muito da vontade política do governador e eu sempre quis e vou continuar querendo fazer muito por Anápolis.

JE - Nunca ocorreu ao senhor ter um vice de Anápolis?

Marconi - Depende dos quadros, dos partidos que estavam na aliança – isso é muito relativo. Eu sempre digo que o representante de Anápolis na minha chapa sou eu. Eu me considero daqui, eu faço política aqui há 30 anos. Provei meu amor por Anápolis fazendo muito pela cidade.

JE - Pedro Canedo, Mozart Soares Filho e Atair Pio são pepistas de Anápolis que tiveram proximidade com o senhor. Como está a relação agora?

Marconi - Além desses, cito ainda o [ex-prefeito] Wolney Martins, vereadores, ex-vereadores, alguns pepistas históricos de enorme valor e que tenho enorme carinho e amizade. Eles seriam muito bem-vindos e acho que se depender deles, eles vão me apoiar. E eu vou ficar muito feliz com isso.

JE - Anápolis projeta ampliar sua representatividade na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. O que o senhor imagina que o candidato majoritário pode ajudar nisso?

Marconi - Teremos bons candidatos aqui à Câmara e à Assembleia. Fernando Cunha está praticamente decidido em disputar um mandato na Câmara Federal, e vamos dar a ele suporte necessário para vencer as eleições. Do mesmo jeito temos companheiros que vão disputar a Assembleia Legislativa, e nós vamos dar a eles o suporte para que possam enfrentar e vencer. Há um problema em Anápolis que é a pulverização de candidaturas. Sempre se lançam muitos candidatos e acaba que todo mundo perde. O ideal é termos menos candidatos para que os votos sejam melhor aproveitados e a cidade possa eleger uma boa representação política. Anápolis poderia ter seis deputados estaduais e, no mínimo, dois federais. Mas é preciso coordenar isso direito para que as pessoas votem nos candidatos daqui.

JE - A cidade hoje tem um gargalo muito grande, que é a falta de áreas para o Daia. Como o senhor vê esses novos desafios que precisam ser enfrentados aqui?

Marconi - A expansão do Daia passa pela utilização da Plataforma Logística. Quando adquirimos no nosso governo aqueles 200 alqueires, fizemos com o objetivo de garantir a ampliação do Daia, mas independentemente dessa área ser suficiente para acolher as empresas que querem vir para cá, eu tenho certeza que vamos ter que começar a pensar na aquisição de uma nova área para ampliar o atual distrito.

JE - Para o PSDB o principal adversário nesta eleição é Iris Rezende?

Marconi - Eu tenho certeza que a disputa será polarizada entre PSDB e PMDB, mas nós vamos debater ideias, projetos para o futuro de Goiás. Eu não vou ficar debatendo questões menores, a não ser quando provocado. Numa campanha quem cala, consente. Se falarem uma inverdade a meu respeito e eu não respondo, não digo que é mentira, as pessoas vão achar que essa mentira deles é a verdade. Então neste aspecto, quando disserem uma mentira a nosso respeito, nós vamos dizer verdades dos nossos adversários.

JE - Iris deseja contar com Lula no palanque. José Serra também estará presente em Goiás?

Marconi - O meu desejo é ter o Serra no meu palanque. É o mais qualificado candidato, se preparou durante toda uma vida, é uma pessoa que veio de baixo, o pai dele era feirante em São Paulo, mas trabalhou muito. Serra foi deputado, senador, prefeito de São Paulo, excelente governador e um grande quadro. Eu desejo que ele venha a Goiás, vou me sentir muito honrado. Até porque tenho certeza que ele será um presidente para todos os brasileiros. Ele queria ter vindo aqui já no início desta pré-campanha, mas não foi possível. Estamos agora programando a vida do Serra nos próximos dias. Estou propondo que ele venha na sexta, dia 7 de maio, quando faremos o lançamento de nossa pré-candidatura.

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