quarta-feira, 26 de maio de 2010

Armando Vergílio: Marconi se empolga!






OPINIÃO




Armando Vergílio



"Goiás, tecnologia e futuro"

Dia desses, eu voltava de uma reunião no interior com o senador Marconi Perillo (PSDB) quando entabulamos uma discussão. Com notável entusiasmo, o senador me explicou porque enxerga a tecnologia como ferramenta ideal para tornar a administração pública mais eficiente e transparente a curto prazo. Contou-me seus planos de transformar a Tecnologia da Informação em um dos pilares de seu futuro governo e me convidou a imaginar os frutos que poderemos colher desta empreitada.

Naquele momento, tratávamos de ideias para aperfeiçoar o funcionamento do governo. Mas arrisco dizer que esta discussão se apresenta de forma mais urgente para os municípios goianos. Estamos falando de municípios que, em média, não ultrapassam a faixa dos 100 mil habitantes, e que representam a maioria do Estado. Estas prefeituras sobrevivem à base do repasse de ICMS do Estado e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que vem do governo federal.

Em 2009, houve queda no repasse do FPM. O corte ocorreu em função da decisão do Palácio do Planalto de abrir mão de impostos que serviam para compor o fundo. A medida fazia parte do pacote criado para blindar o Brasil dos efeitos da crise. Funcionou, mas o preço pago por ele foi alto - e afetou os municípios. O leitor do Diário da Manhã que vive no interior sabe do que estou falando. Muitos prefeitos enfrentaram dificuldades para quitar o salário do funcionalismo e obras importantes para a população tiveram de ser paralisadas.

Não podemos permitir que as prefeituras continuem a conviver com este constante estragulamento nas contas. É claro que precisamos refazer o pacto administrativo, que concentra riquezas no governo federal e deixa pouco para Estados e municípios. Mas enquanto a reforma do pacto não acontece, os prefeitos têm de agir como podem para se proteger de problemas financeiros. E sugiro que pensem na tecnologia como aliada prefencial neste projeto.

Em boa parte dos municípios goianos, gestão de tecnologia se resume a troca de computadores e equipamentos periféricos velhos por outros novos. No geral, a substituição de aparelhos e máquinas danificadas demora a ocorrer, e dados importantes se perdem porque não foram reproduzidos em uma cópia de segurança. Não existe planejamento acerca do tempo de vida dos equipamentos, custos de manutenção, treinamento de equipe ou compra de peças de reposição.

A destinação de recursos para área de tecnologia não deve ser vista pelos prefeitos como gasto, mas como investimento. O retorno para a administração pública é imediato e infinitas vezes maior do que o valor aplicado. A tecnologia permite desenvolver bons sistemas de arrecadação de impostos, controlar a quantidade de remédios estocados nos postos de saúde e implantar o pregão online nas licitações públicas. São medidas que, em pouco tempo, ajudam a detectar onde há desperdício de dinheiro do contribuinte. Nossos prefeitos também deveriam pensar na internet como instrumento de aprendizado para jovens e adolescentes, já que é impossível educar um aluno e prepará-lo para o mercado de trabalho em um ambiente que não possua acesso à rede mundial de computadores e ao novo mundo que se abre através dela.

Por fim, a tecnologia permite o contato direto e sem intermediários entre o administrador público e a população. Basta ver o exemplo do senador Marconi, que pelo Twitter ouve críticas, sugestões, elogios e debate ideias com os internautas várias vezes por dia. Além do Twitter, existe o Facebook, Orkut, Formspring e outras redes sociais que podem ajudar nessa interação. Eu, aliás, já criei o meu perfil no Twitter.

O processo eleitoral é importante porque estimula o debate de propostas para o bem da cidade, do Estado e do País onde vivemos. Pela primeira vez, a tecnologia ocupa um papel tão importante no debate, e o ideal é que se incorpore cada vez mais à nossa realidade administrativa. É este o caminho para promover o crescimento cultural e econômico de Goiás. Assim, com absoluta segurança, chegaremos mais rápido ao futuro.


Armando Vergílio é ex-superintendente da Susep, presidente da Federação Nacional das Empresas e dos Corretores de Seguros Privados (Fenacor) e presidente do Sicoob-Credseguro (Twitter: @armandovergilio)

Nenhum comentário:

Postar um comentário