sexta-feira, 21 de maio de 2010




Editorial

Ficha limpa já

O Senado correspondeu às expectativas da sociedade e aprovou, rapidamente, o projeto de lei conhecido como Ficha Limpa, o qual impede candidaturas de políticos condenados pela Justiça. Houve grande pressão popular, o que prova valer a pena esse tipo de manifestação. A decisão rápida do Senado mostra também que, havendo vontade, as deliberações do Congresso podem ser agilizadas, ao contrário de matérias que ficam travadas, com a tramitação lenta, às vezes demorando mesmo anos para serem votadas.

Não deveria estar sendo colocado em dúvida quando a lei da Ficha Limpa deve entrar em vigor. O presidente da República tem o dever moral de sancioná-la sem restrições e ela passar a vigorar e ser observada já nas eleições deste ano.

Por que esperar pelas eleições de 2012, de nível municipal, se o mais importante é barrar políticos que pretendem uma cadeira no Senado, na Câmara dos Deputados e nas Assembleias Legislativas?

Pessoas condenadas por crimes como corrupção, abuso de poder econômico, homicídio e tráfico de drogas, racismo, tortura e terrorismo não podem de modo algum ter acesso a uma chapa eleitoral, como acontece ainda.

A reforma política que continua sendo protelada deveria conter também dispositivos complementares fortalecendo a lei da Ficha Limpa. E os partidos deveriam, de sua vez, assumir o compromisso de selecionar melhor os pretendentes, crivando os nomes que são submetidos às convenções.

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