quinta-feira, 20 de maio de 2010

Nó urbano!







ARTIGO

Transporte e mobilidade

Goiânia é uma cidade em constante transformação, hoje com uma população em torno de 1.281.975 habitantes. Se inserida em sua região metropolitana, o aglomerado passa a comportar 2.150.097 habitantes. Os problemas inerentes às grandes cidades também são observados em Goiânia, onde a infraestrutura urbana tenta acompanhar o crescimento, principalmente a de transportes.

Com o crescimento da cidade e dos municípios do seu entorno, cresce cada vez mais o número de deslocamentos das pessoas, com o objetivo de viabilizar a realização de suas atividades. Assim, a infraestrutura de transportes necessita acompanhar esse crescimento, de forma a proporcionar mobilidade a seus cidadãos.

Em Goiânia, de forma similar aos grandes centros brasileiros, observa-se uma alta taxa de motorização, cerca de 1.61 habitantes/veículo. Com alta taxa de motorização e um sistema de transporte público deficitário, que precisa melhorar muito sua qualidade, os deslocamentos motorizados individuais crescem diariamente, acarretando os problemas já conhecidos, provocados pelo excesso de utilização de motos e automóveis: congestionamentos, poluição, acidentes, dentre outros, que degradam a qualidade de vida urbana.

Neste contexto, ressalta-se a necessidade de ações efetivas para o município, que revertam a tendência atual, uma vez que a cidade já apresenta graves problemas de transporte, trânsito e mobilidade. Para reverter este processo, é imperioso que o poder público promova ações efetivas, calcadas em três bases: planejamento, gestão adequada e fiscalização eficiente. E para que isso seja viável, mister torna-se a capacitação efetiva e continuada dos técnicos e gestores urbanos, neste tema tão complexo e necessário. Com relação às políticas, deve-se focar em diretrizes, a curto, médio e longo prazos, capazes de conferir aos cidadãos oportunidades de deslocamento, com qualidade, conforto e segurança, e com base em princípios mais sustentáveis. A política de transporte e mobilidade precisa ser pensada em rede, de forma integrada entre si e com as demais políticas urbanas.

Assim, é fundamental que os gestores municipais, em parceria com a sociedade civil, concretizem um processo de discussão e elaboração de políticas para a redução do transporte individual motorizado, em paralelo à melhoria do transporte público coletivo, e ao incentivo aos modos não motorizados.

E, mais relevante ainda, que tais políticas sejam realmente implementadas e efetivadas, de forma a buscar a melhoria da mobilidade da população, focada em critérios de sustentabilidade.


Erika Cristine Kneib é arquiteta e urbanista, mestre e eoutora em Transportes Urbanos, professora adjunta e pesquisadora na Universidade Federal de Goiás

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