segunda-feira, 17 de maio de 2010

Leitores opinam!







Cartas dos Leitores

Paixão pelo que faz

Na edição de 24 de março, O POPULAR publicou que o secretário da Fazenda assumira o compromisso de concluir as obras do Centro Cultural Oscar Niemeyer até o dia 6 de julho. Comentando-a, faz-se necessário dizer que embora tenham se tornado rotineiras naquela época, as ações decisórias do secretário da Fazenda parecem estranhas e reveladoras de irregularidades no governo.

Sempre acreditei que decisões sobre obras – início e conclusão – eram da alçada do governador e não do secretário. Refletindo sobre a postura do governador e do próprio secretário, lembrei-me que Max Weber, em seu livro Política como Vocação, aponta qualidades indispensáveis a um político, ao registrar que: “Para ser um bom político três qualidades são decisivas: paixão, sensação de responsabilidade e sentido das limitações”.

Caso Weber estivesse entre nós, certamente diria que o ilustre secretário não tinha “sentido das limitações” de seu cargo e ao governador parecem faltar “sensação de responsabilidade” e, principalmente, “paixão” pelo que faz. Tais qualidades, revestidas de sensibilidade, transformam homens em políticos e estes em estadistas.

Entregar o comando do Estado ao secretário da Fazenda tem seus riscos. Ele fará o que sabe, ou seja compatibilizar despesa com a receita.

Caberia ao governador, sendo dotado de paixão e sensibilidade, retomar o governo, ouvir o grito do povo, ultrapassar as barreiras contábeis e investir na infraestrutura do Estado, mesmo que através de um normal processo de endividamento.

Este desabafo é motivado pela estranha postura do governo que insiste em não perceber o processo de sucateamento que se iniciou na Secretaria da Segurança Pública. Estão massacrando a autoestima dos policiais, notadamente dos delegados de polícia, que, sem poder contar com uma estrutura mínima, já não conseguem improvisar soluções para os problemas rotineiros, mesmo porque, recebem um salário que, por si só, evidencia o descaso do governo com seus servidores.

A polícia está perdendo a guerra contra a marginalidade, mas, infelizmente, todos nós sofreremos.

HUMBERTO DE JESUS TEIXEIRA
Delegado de polícia aposentado e professor universitário


Ser goiano

Falar que Goiás é um celeiro de artistas e bons escritores é apenas reafirmar o que é notório. O goiano é um povo culto, é uma gente simples que possui imbuída na alma a benfazeja virtude da criatividade. O goiano é violeiro, é catireiro, é folião, é trovador das madrugadas, é contista, é cronista, romancista e além de tudo é sofredor.

Enfim, o goiano é um povo que luta em busca de reconhecimento e escreve a sua história nos anais da vida. Ser goiano é comer pequi, guariroba, ouvir Cascatinha e Inhana, pescar no Rio Araguaia, brincar de queimada, participar de folia de reis, correr pelas ruas, falar gostoso e ser feliz. Isso é ser goiano.

O goiano crê piamente num futuro melhor, no qual os caminhos serão adornados por flores e os pássaros poderão adejar sobre os campos da bonança na quietude de um ocaso primoroso. Enfim, o goiano vive de esperança, vive da expectativa de dias melhores.

Sou da terra de Benedito Braz dos Reis, mais conhecido como Marinheiro, que fez dupla com Caçula. Sou da terra de José Mendonça Teles, Bernardo Élis, Bariani Ortencio, que é paulista de nascença e goiano de coração. Sou da terra de Cora Coralina, enfim, sou goiano de tantos outros nomes reluzentes.

Gostaria de pedir aos pretensos governantes neste ano de eleição que tenham apreço por nosso Estado e nossa cultura. Os artistas e os escritores goianos precisam de maior incentivo e maior reconhecimento. Respeitar nossa cultura e nossos valores é a melhor forma de consolidar nosso Estado no cenário nacional e mostrar que somos um povo que realmente luta por seus ideais.

THIAGO ALVES MOREIRA
Taquaral de Goiás - GO


A venda da Celg

Que bom, a Assembleia aprovou a venda das ações da Celg. A galinha dos ovos de ouro já fora vendida, que é Cachoeira Dourada. O povo goiano não pode continuar vivendo de incertezas. O empresário diz que não cresce porque não tem energia suficiente, enquanto que o governo alardeia crescimento nunca visto em Goiás, o que não deixa de ser um paradoxo.

Como conhecedor do meio rural, sei que alguns projetos estão parados no setor por falta de energia. Pivôs centrais e armazéns para grãos estão entre os mais prejudicados. Alguns desses empreendimentos funcionam às custas do diesel, que é muito mais caro.

Existem gargalos que precisam ser esclarecidos à luz da verdade. Como é que uma empresa sem concorrentes no Estado e que vende produto de primeira necessidade, consegue chegar a esse estágio de penúria? O que é estranho em tudo isso é que esses picos de crises coincidentemente estão acontecendo em finais de governos.

Cachoeira Dourada foi a vendida no final do governo FHC e a possível venda das ações da empresa será no final do governo Lula. É de se esperar que o resto da empresa seja vendido no final do próximo governo que será eleito em 3 de outubro. Mais estranho ainda é que essas operações são todas aprovadas pelos deputados quando o Executivo não pode realizá-las.

A Celg é patrimônio do povo goiano e não pode ser jogada ao vento como uma palha.

AMÉRICO MARTINS PEREIRA
Nerópolis – GO


Dilma e Mandela

Há muito tempo, a televisão brasileira está carente de bons programas de humor. Dificilmente, os humoristas de hoje conseguem fazer o telespectador dar uma boa gargalhada.

Mas nem tudo está perdido. Recentemente, descobri que na propaganda partidária exibida pela TV o telespectador pode ver coisas engraçadas. Foi o que aconteceu comigo ao ver o padrinho da pré-candidata do PT afirmando que uma parte da história dela o fazia lembrar de Nelson Mandela, que lutou pelo fim da política de segregação racial na África do Sul. Essa foi demais.

JEOVAH FERREIRA
Brasília - DF


Dislexia

Há pouco, presenciei uma discriminação de que até então só tinha ouvido falar na televisão, em novelas que abordaram o assunto. O tema é dislexia (incapacidade para ler compreensivelmente).

Fui acompanhar a peregrinação de uma mãe para matricular o seu filho portador de dislexia e vi que não sabia nada sobre o assunto e que as escolas também não conheciam o assunto a fundo.

É muito difícil para uma mãe escutar que naquela escola o seu filho não é bem-vindo. Pois é assim que acontece, quando você ouve a coordenadora dizer: “A nossa escola não é inclusiva. A inclusão foi algo imposto para nós”.

No site da Associação Brasileira de Dislexia- ABD (www.dislexia.org.br) e em outros na internet, podemos achar uma lista de pessoas famosas portadoras do distúrbio ou transtorno de aprendizagem. Deixarei algumas de exemplo: Tom Cruise, Albert Einstein, Walt Disney, Agatha Christie e muitos outros.

Agora um elogio. Entre tantas tentativas, fomos agraciadas pela Escola Pardal, no Setor Coimbra. Lá sim é uma escola inclusiva onde há pessoas capacitadas para lidar com as diferenças, pois assim somos, diferentes!

CONCEIÇÃO MATINO
Setor Bueno - Goiânia

Nenhum comentário:

Postar um comentário