terça-feira, 18 de maio de 2010

Quem fiscaliza?

Esta é a minha opinião!










João Aquino Batista


Indústria do concurso público

Uma das esperanças dos brasileiros de obterem um bom emprego, com salário decente e direitos garantidos, é fazer um concurso público, porém, o que era para ser uma oportunidade se tornou um pesadelo. A não ser para os mais abastados, que nem precisam de emprego realmente e podem pagar cursinhos caríssimos; fazer concurso virou uma maratona que só é vencida depois de dezenas de tentativas e olhe lá.

As dificuldades começam pelos preços das inscrições, que são até abusivas em certos casos, visto o tamanho da demanda pra concorrer a tão poucas vagas efetivas.

Outra coisa terrível são as apostilas. Sempre ouvi falar da má qualidade das apostilas para concursos, mas tive que fazer a inscrição para o concurso da Agheab para comprovar o que as pessoas diziam. Comprei a tal apostila por 25 reais e comecei a estudar. Como fiz Letras (não concluí o curso), tenho certa facilidade com a língua portuguesa e, portanto, resolvi começar a estudar por essa matéria. Credo!

Erros crassos nos enunciados, repetições irritantes, centenas de erros na grafia das palavras e no sentido das frases; essas foram as falhas mais gritantes que encontrei no primeiro momento. Quando fui estudar a história do Estado de Goiás, não aguentei a indignação diante de tanto descuido com uma matéria essencial para quem vai fazer um concurso para ingressar no serviço púlbico do Estado historiado.

Aí, fiquei a questionar: será que não poderia haver um departamento do Ministério da Educação ou da Secretaria Estadual da Educação para certificar a qualidade das apostilas? Afinal, milhares de candidatos (que nem sempre percebem os erros até pueiris) confiam nas informações ali veiculadas e se baseiam nelas para responder às questões das provas.

O que aconteceu no concurso da Secretaria da Saúde do Estado de Goiás, é só um dos sinais de que o concurso está servindo mais para a arrecadação de milhões de reais, às custas dos esperançosos canditatos, do que para suprir o serviço público de profissionais competentes e sem vínculo com as vontades políticas do momento.

É uma pena que a indústrial corrupta dos concursos tenha se apossado da única maneira digna de que dispõe o cidadão de ingressar no serviço público e servir a população com respeito e dedicação.

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