segunda-feira, 26 de julho de 2010

Eleitorado: perfil!





POLÍTICA

ELEIÇÕES 2010

O perfil do eleitorado de Goiás
Levantamento do TSE aponta que maioria é mulher, entre 25 e 34 anos e não completou o 1º grau

Fabiana Pulcineli

Em perfil oposto ao da maior parcela dos candidatos, o eleitorado goiano tem como maioria mulheres, com idade entre 25 e 34 anos e primeiro grau incompleto. De um total de 4,06 milhões goianos aptos a votar, mais de 2 milhões (51,3%) são eleitoras.

Elas vão às urnas no dia 3 de outubro escolher seus candidatos em um universo dominado por homens, que têm entre 45 a 59 anos e com nível superior completo.

Levantamento feito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que um terço dos eleitores do Estado (1,37 milhão) estudou apenas parte do primeiro grau. Outros 627 mil declararam que apenas sabem ler e escrever e 184,5 mil (4,5%) são analfabetos.

O número de eleitores com ensino superior completo - 122,9 mil - é menor do que o de analfabetos. Apesar disso, o porcentual do eleitorado com curso superior cresceu em relação a 2006, quando era de apenas 89 mil. O número de analfabetos caiu menos de 2 mil em relação à eleição estadual anterior.

De acordo com as estatísticas do TSE, 1,01 milhão de eleitores do Estado têm entre 25 e 34 anos, sendo 521 mil mulheres. Pouco mais de 900 mil eleitores estão na faixa de 45 a 59 anos.

As mulheres só não são maioria ainda em cinco Estados brasileiros - Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Em nível nacional, elas são 51,8% do eleitorado: 70,3 milhões de mulheres vão poder votar.

Nas últimas eleições gerais, em 2006, elas eram 64,8 milhões. Em 2008, cresceram para 67,4 milhões. Os homens foram de 60,8 milhões de eleitores, em 2006, para 62,7 milhões, em 2008. Hoje, estão em 65,2 milhões.

Jovens

As estatísticas mostram que o número de adolescentes com título de eleitor é o menor em Goiás em comparação com as últimas quatro eleições - 2002, 2004, 2006 e 2008. São apenas 70,2 mil eleitores com 16 e 17 anos. Na disputa de 2006, eram 75,5 mil.

O voto entre jovens de 16 e 17 anos é facultativo. Obrigatório apenas a partir dos 18 anos. Em todo o País, a redução foi significativa: em 2008, somavam 2,9 milhões. Agora, são 2,3 milhões.

O grupo de eleitores com 16 anos soma 27 mil. Com 17, 43,2 mil. Nesta faixa, a divisão entre homens e mulheres é bem aproximada - 49,41% a 50,49%. Na faixa entre 18 e 20 anos, o número sobe de eleitores para 263,7 mil.

O aumento do eleitorado total no Estado foi de 8,7% em relação a 2006, um crescimento semelhante à média nacional. Na disputa há quatro anos, 3,73 mil goianos estavam aptos a votar. Em 2008, o número subiu para 3,86 mil.

Goiás tem 2,99% do eleitorado brasileiro - um total de 135,8 milhões -, ocupando o 12º lugar. Em 2006, o porcentual era de 2,96%. São Paulo é o maior colégio eleitoral do País, com 22,3% do total. O segundo colocado é Minas Gerais, com 10,6%. O Rio de Janeiro está em terceiro, com 8,5%. A Bahia ocupa o quarto lugar, com 7%.

O menor colégio é Roraima, com apenas 0,2% do eleitorado brasileiro. O número é um pouco superior ao de brasileiros que votam no exterior - 0,143%, ou 200 mil eleitores.

Partidos

Total de 13,7% dos eleitores goianos está filiado a algum partido político. O porcentual coloca Goiás como quinto lugar no ranking dos Estados com maior politização dos eleitores. O primeiro colocado é Santa Catarina, com 15,95% dos eleitores pertencentes a partido.

O PMDB é disparado a sigla com maior número de eleitores goianos: 143 mil. O segundo colocado, o PSDB, tem menos da metade do número de filiados no Estado: 69,9 mil.

Também é do PMDB o mérito de ter aumentado o maior número de filiados desde 2006, quando tinha 120 mil eleitores goianos na lista.

Partido do governador Alcides Rodrigues, o PP é o terceiro colocado no ranking de partidos com maior número de eleitores filiados. O crescimento em relação a 2006, quando Alcides foi reeleito, foi de pouco mais de 6 mil.

O DEM, quarto colocado, perdeu eleitores desde 2006, quando era PFL. Atualmente são 43,6 mil, enquanto há quatro anos era de 44,1 mil. Já o PT cresceu e se aproxima do DEM: são 43,39 mil eleitores, contra 36 mil de 2006.

Todos os demais grandes partidos tiveram crescimento no número de filiados com relação às eleições estaduais anteriores. Um dos mais recentes partidos, o PSOL tinha 323 filiados em 2006 e agora tem 1,74 mil. O PT do B teve crescimento de 2,5 vezes: contava com 1,7 mil filiados e nestas eleições tem 4,3 mil.

Em todo o País, 13,8 milhões de eleitores estão filiados a partidos políticos. A exemplo de Goiás, o PMDB é o primeiro colocado, com 2,3 milhões - 16,7% do universo. Já o segundo colocado é o PT, com 1,39 milhão de filiados, seguido de perto pelo PP, com 1,36 milhão.

O PSDB é o quarto colocado, com 1,31 milhão. O DEM só aparece em sétimo lugar, com 1,1 milhão de eleitores filiados, sendo superado em nível nacional pelo PTB e pelo PDT. O PCO é o menor partido em termos de eleitores filiados: 2,8 mil.


Eleitora cobra educação e critica compra de voto

Ela ainda não sabe quais cargos estão em disputa este ano. Não conhece também os candidatos ao governo do Estado, a senador e às vagas na Assembleia e na Câmara dos Deputados. "A campanha ainda nem começou, né?", diz. A certeza que tem é uma só: quer votar no Lula para a Presidência.

Alertada de que ele não é candidato, ela se diverte. "Ah, é mesmo. Não pode, né? Já foi duas vezes. Então vou ter que conhecer os candidatos", diz, em tom bem humorado a diarista Ana Cláudia Ferreira, moradora do Jardim Curitiba 3, que irá às urnas como parte do grupo majoritário do eleitorado goiano.

Mulher, prestes a completar 25 anos, ela parou os estudos na 4ª série para fazer serviços domésticos e ajudar os pais em casa. Para os dois filhos, quer um destino diferente. Para isso, diz que o que mais espera dos políticos é mais investimentos nas escolas públicas. O filho mais velho, Ruanderson, de 6 anos, ficou quase três meses sem aula por conta de greves. "Tem que melhorar isso. Não pode ter tanta greve assim prejudica os meninos."

Até ela ainda pensa em voltar a estudar, mas reclama que a escola mais próxima que tem aulas para adultos, à noite, fica em região perigosa. "Tenho medo de ir. Falta segurança", diz.

Ana é de Pernambuco. Veio com o pai há quatro anos para Goiás. Transferiu o título em 2007 e votou em 2008. Casada, o marido foi demitido há poucos meses e recebe seguro-desemprego. Ruanderson e Alex, de 4 anos, ficam com uma sobrinha de Ana, enquanto ela trabalha em três casas.

Ana diz que gosta de ver propaganda eleitoral na televisão, mas que é difícil diferenciar políticos sérios de quem só promete. "A gente fica até indecisa porque a maioria não cumpre. A maioria não é honesta."

Ela diz que nunca ofereceram, mas garante que daria uma bronca em político que desse algo em troca de seu voto. "Lá em Pernambuco vi muito disso. Eles precisam é melhorar a saúde, o transporte, com ônibus que demora um tempão pra passar, e não oferecer essas coisas pras pessoas."

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