quarta-feira, 28 de julho de 2010

Marconi: falta transparência ao atual governo!





ELEIÇÕES 2010

Marconi critica negociação da Celg
Tucano diz que empréstimo vai comprometer receitas do Estado e deveria ficar para o novo governo

Núbia Lôbo

Sem economizar críticas à atual gestão, o candidato ao governo Marconi Perillo (PSDB) disse ontem, durante caminhada no Setor Finsocial, que os avanços de seus governos (1999-2006) sofreram retrocesso "agora, nesses últimos anos", e que está preocupado com a "falta de transparência" na operação através da qual o Estado tenta contrair empréstimo de R$ 3,7 bilhões junto ao governo federal para recuperar as finanças da Celg. Para o tucano, a decisão de esgotar a capacidade de endividamento de Goiás deveria ficar para o próximo governador.

"Pelas informações que tenho, esse empréstimo poderia resultarnum comprometimento muito grande da receita do Estado com o pagamento das parcelas ao mesmo tempo em que também zeraria a capacidade de endividamento", afirmou Marconi. O candidato acrescentou que "o assunto Celg deveria ter sido resolvido quatro anos atrás", que pairam dúvidas sobre o conteúdo da operação e mais uma vez provocou a atual gestão a abrir o debate sobre o empréstimo com os principais candidatos ao governo.

Marconi voltou a atacar o ex-aliado e governador Alcides Rodrigues (PP) por não ter cumprido promessas de campanha quando questionado sobre o compromisso feito pelo pepista de nomear mulheres para 50% dos cargos de primeiro escalão. A crítica veio pouco antes do governo anunciar a delegada Renata Cheim como a primeira mulher a ocupar a Secretaria de Segurança Pública do Estado.

"Acho que foi equívoco não ter cumprido a promessa. Não só essa, muitas outras. Arranjaram muitas desculpas. Em relação a essa promessa não vi nenhuma desculpa ainda", atacou Marconi. "Não vou fazer esse tipo de compromisso porque as pessoas estão cansadas de discurso vazio. É preciso valorizar as mulheres no governo", complementou.

Estratégias

Marconi já começou a gravar os programas eleitorais de TV e as pílulas que começarão a ser veiculadas dia 17 de agosto. Paralelamente, o candidato se concentra nas carreatas e caminhadas, com maior foco na Região Metropolitana de Goiânia e no Entorno de Brasília.

As primeiras cenas da propaganda eleitoral na TV foram gravadas na fazenda de Marconi em Pirenópolis, segundo liderança que acompanha o tucano. O local foi escolhido para que Marconi se sentisse à vontade para se apresentar ao eleitor e mostrar o seu lado mais "humano".

Embora o tom emotivo esteja mais aparente, uma fonte afirma que o programa reserva surpresas a um ou mais adversários. "Não podemos deixar vazar porque não queremos correr o risco de que o adversário tenha oportunidade de organizar o contraponto", justifica a fonte.

Sobre a concentração de atividades em Goiânia e redondezas, apesar de Marconi não confirmar, uma liderança tucana admite que a estratégia busca minar a influência do adversário Iris Rezende (PMDB) na capital e municípios vizinhos. O PSDB calcula que Marconi pode vencer as eleições no primeiro turno se conseguir reverter a vantagem do peemedebista nessa região - em Goiânia, por exemplo, a pesquisa Serpes/O POPULAR publicada no dia 12 deste mês mostrou Iris com 10 pontos percentuais a frente de Marconi.

O candidato não admite a estratégia de atacar os colégios eleitorais onde Iris mostra vantagem na intenção de votos e afirma que sua campanha prioriza os maiores colégios eleitorais. "Em Goiânia, Anápolis, Aparecida e na região metropolitana de Brasília, vamos continuar fazendo caminhadas, reunindo setores da sociedade civil organizada em reuniões à noite."

Para Marconi, o comício "é uma instituição falida" e só será realizado em sua campanha - se realmente for realizado - a partir de setembro.

"Acho que as campanhas precisam ser cada vez mais racionais, mais baratas e o contato do candidato tem de ser cada vez mais com o eleitor", diz Marconi para justificar as caminhadas. Já as carreatas otimizam tempo e dinheiro para a campanha no interior.

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