quarta-feira, 21 de julho de 2010

Serra: Ferrovia Norte-Sul





POLÍTICA & JUSTIÇA

Foto: Jota Eurípedes/Diário da Manhã

Serra: "Dá pra fazer Norte-Sul com os pés nas costas"

Por Diário da Manhã

José Cácio Júnior

O candidato à presidência, José Serra (PSDB), criticou o presidente Lula (PT) por ter priorizado o término da Ferrovia Norte-Sul no final do governo. "É mania eleitoreira, daria para fazer a ferrovia com um pé nas costas." O tucano relembra que a obra teve início no governo de José Sarney, em 1985. Para ele, um dos empecilhos foi o projeto de construção do trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro, estimado em R$ 33 bilhões. "Só com esse valor dava para terminar a Norte-Sul e construir o metrô de Goiânia."

O tucano continou as críticas ao PT dizendo que um governo que ficou oito anos no poder não poderia ter deixado essa obra para trás. Entretanto, Serra se esquivou de questionamentos na coletiva pelo fato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ter sido presidente por dois mandatos e não ter concluído a ferrovia. "Isso é coisa que o Lula diz, não adianta criticar governos anteriores. É preciso agir."

Comércio exterior

Durante discurso na Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), o candidato à presidência José Serra (PSDB) disse que o governo precisa investir em políticas de exportação. "A ausência dessas políticas atrapalha até o agronegócio em Goiás." Além da política de comério exterior, Serra conta que é preciso criar um sistema de crédito para o agronegócio e a criação de políticas de desenvolvimento regional. Além disso, é necessário realizar investimentos em infraestrutura em Goiás, como duplicação da BR-060, que liga o Estado a Mato Grosso; e melhorias nas redes ferroviarias e hidroviárias.

O plano de Serra para empresários também inclui propostas para equalização do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e queda dos impostos cobrados internamente e o aumento dos impostos para exportação. "Nem no Brasil colônia os impostos internos eram mais caros que os cobrados por Portugal", explica o candidato.

Campanha casada

O candidato a governo da chapa Goiás Pode Mais Marconi Perillo (PSDB) pretende vincular sua campanha à de José Serra (PSDB), que tenta vaga ao Palácio do Planalto. "Já estamos colocando a campanha do Serra em todo meu material", completa o senador tucano. Marconi também disse que está animado com a campanha pois a coligação conseguiu formar o maior número de candidatos à Câmara Federal e Assembleia Legislativa.

"Também contamos com dois senadores - Lúcia Vânia (PSDB) e Demóstenes Torres (DEM) - que concorrerão à reeleição. Isso fortalece a chapa.” Dessa forma, segundo o senador, a estrutura da campanha está "capilarizada".

Marconi atribui essa estrutura ao trabalho realizado durante a pré-campanha. "Nós temos palanque em todos os 246 municípios, o maior número de partidos nos acompanhado, o maior tempo de televisão, tudo isso ajuda e incentiva para trabalharmos."

Caso eleito, Marconi priorizará a educação aumentando os investimentos na Universidade Estadual de Goiás (UEG). “Nós vamos dar total prioridade à qualificação dos professores, a conclusão de obras físicas e, principalmente, a melhoria de toda a infraestrutura para que a UEG funcione.”

Armando Vergílio e Serra criticam criação da Segurobras

Em visita a Goiânia nesta terça-feira (20), o candidato à presidência pelo PSDB, José Serra, fechou questão com o candidato a deputado federal Armando Vergílio (PMN): os dois decidiram trabalhar juntos para impedir a criação da Empresa Brasileira de Seguros (EBS), como deseja o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Armando é o atual presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), e acredita que a criação da estatal vai prejudicar as empresas privadas de seguro. Armando é contra o monopólio do governo, e defende que as corretoras que hoje estão em funcionamento já são capazes de oferecer cobertura para todos os grandes investimentos a serem realizados no Brasil nos próximos anos.

O governo federal argumenta que, sozinhas, as empresas privadas não conseguirão dar suporte à forte onda de crescimento que deve impulsionar a economia brasileira nos próximos anos. "O setor privado não dá conta", diz Mantega. Armando e Serra entendem que, em vez de estrangular e desconfiar dos nossos empresários, o governo deveria estimular o empreendedorismo e o fortalecimento das corretoras, oferecendo totais condições para que a economia prospere e dependa cada vez menos do poder público.

Além disso, argumentam que a criação de uma nova estatal sairá muito cara e vai inchar ainda mais a máquina administrativa.

Armando lembra que, durante sua gestão à frente da Susep - órgão regulador e fiscalizador do mercado de seguros no Brasil – promoveu o fim do monopólio do governo na área de resseguros, o que resultou no forte crescimento do setor e geração de novos empregos.

Os dois candidatos se encontraram em almoço oferecido por empresários ao tucano na sede da Federação da Indústrias do Estado de Goiás (Fieg). Os convidados ouviram elogios do presidenciável à conduta de Armando. Serra disse que, em seu eventual governo, quer contar com a ajuda e os conselhos do futuro deputado federal.

Em consonância com o discurso de Armando e Serra, o diretor da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada, Vida e Capitalização (CNSeg), Alexandre Malucelli, afirmou na segunda-feira que o setor não abre mão da posição contrária à criação da EBS. Segundo ele, as empresas do setor vão continuar pressionando politicamente o governo para recuar da decisão de criar a estatal. Malucelli se pronunciou após reunião com técnicos do ministério da Fazenda.

Candidato se compara ao rei Salomão

Daniela Gaia

Da Editoria de Política & Justiça

Em visita a Goiânia, o candidato à presidência José Serra (PSDB) comparou-se com o rei Salomão, personagem mais sábio, próspero e rico da história bíblica. Na tarde de ontem, o candidato encontrou-se com o arcebispo de Goiânia Dom Washington Cruz e pediu sabedoria, assim como Salomão fez a Deus.

"Pedi a Dom Washington que rezasse por mim. Quando Salomão assumiu o reinado, Deus o visitou em sonhos e perguntou o que ele queria, poderia escolher qualquer coisa. Mas Salomão disse: 'Não quero muita coisa, apenas sabedoria'", explicou Serra.

No encontro que durou cerca de 40 minutos, Serra teve a companhia do candidato ao governo Marconi Perillo (PSDB), o vice José Eliton (DEM), e senadores Lúcia Vânia (PSDB) e Demóstenes Torres (DEM). Em comentário breve sobre a visita, Serra disse que não se sentia autorizado a relatar a conversa. "Foi um encontro agradável e cordial. Nos sentimos muito bem e conversamos sobre muitas coisas."

A visita foi na residência de Dom Washington no edifício Uirapuru, no centro da Capital. Na saída, Serra aproveitou para cumprimentar eleitores que o esperavam na porta do edifício, além de beijar e falar com duas crianças. Ao lado do edifício, no prédio do Procon, o candidato falou com funcionários e pessoas que aguardavam para ser atendidas.

De lá, partiu à Rua 4, no Centro, para caminhada com os candidatos da coligação Goiás Quer Mais. Cerca de 1,5 mil pessoas acompanharam a breve passagem de Serra. O candidato andou, em meio ao tumulto, cerca de 130 metros, quase dois quarteirões na calçada de um dos grandes pontos comerciais da cidade. Durante a caminhada, Serra foi cordial e atendeu a todos os comerciantes que pediam foto. Em frente ao hotel Umuarama, Serra deu um aceno de adeus antes de entrar no carro, acompanhado por Marconi. Sem discursar para os presentes, o candidato foi à OJC, onde deu entrevista. Logo em seguida, partiu rumo ao aeroporto.

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