sexta-feira, 9 de abril de 2010

De pedra a vidraça!






POLÍTICA

INVESTIGAÇÃO

Deputado indiciado pela polícia

Bruno Rocha Lima

A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Derccap) indiciou ontem o deputado estadual José Nelto (PMDB) por crime de peculato (má utilização de recursos públicos). Nelto é acusado de utilizar uma aeronave cedida pelo Estado para fins particulares. A pena, caso a Justiça acate a denúncia e o condene, pode variar de dois a 12 anos de reclusão.

A denúncia de que Nelto teria utilizado avião do Estado surgiu após representação feita em julho pelo deputado federal Carlos Alberto Lereia (PSDB) junto ao Ministério Público. Lereia denunciou Nelto por ter ido a Posse (a 502 quilômetros de Goiânia) participar de evento do PMDB utilizando patrimônio do Estado.

O deputado solicitou a aeronave coma finalidade de ir a Porangatu e São Miguel do Araguaia a serviço da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa, a qual preside, para investigar denúncia de formação de cartel de postos de combustíveis nos municípios, mas na volta desviou o vôo para Posse.

Segundo a delegada Maria Lúcia de Paula Freitas, que conduziu o inquérito, o peemedebista conseguiu provar a finalidade alegada de sua ida a Porangatu e São Miguel, apresentando em ata as denúncias feitas à Comissão da Assembleia, mas não provou a legalidade da ida a Posse.

Nelto alega que foi ao município para pegar outra aeronave e liberar a cedida pelo Estado e nega ter ido ao evento político do PMDB. Mas testemunhas relataram que o deputado participou da reunião partidária, inclusive compondo a mesa de autoridades.

Na época da denúncia, o peemedebista acabou ressarcindo o Estado em R$ 3,2 mil referente aos custos pela utilização da aeronave. Mas, segundo a delegada, a compensação financeira não atenua a responsabilidade pelo suposto ato ilícito.

Nelto disse ontem que seu indiciamento é fruto de perseguição política do governo, em represália à sua postura contrária ao Palácio das Esmeraldas na votação do projeto da Celg. “Foi só eu adotar uma postura contrária ao governo que desengavetaram a ação. Isso é jogo baixo”, criticou.

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