terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Diário da Manhã - 29 de janeiro de 2010

Diário da Manhã

Honor Cruvinel

O melhor governador para o meio ambiente

Os problemas ambientais que vêm sendo discutidos na mídia e em eventos como a Cop 15, a conferência sobre o clima realizada em Copenhague, mostram a importância de se estabelecer uma política de desenvolvimento sustentável para Goiás. O próximo governador deve ter o compromisso de consolidar um projeto de crescimento que alie a elevação do nível de vida da população e a redução das desigualdades regionais do Estado com a preservação do meio ambiente.

Goiás tem todas as condições para isso, pois é um dos celeiros do Brasil em recursos naturais e na produção de alimentos. No entanto, também contribui para tornar o País um dos principais poluidores do planeta por causa do desmatamento do cerrado.

Em relação a esse problema, o Brasil assumiu na Cop 15 o compromisso de diminuir em 40% a derrubada de árvores na região do cerrado. Portanto, Goiás terá de dar sua contribuição. Mas isso exige compromisso do próximo governante do Estado com a questão ambiental. Esse projeto de desenvolvimento passa pela implantação de fontes alternativas menos poluentes de geração de energia, da preservação da água e da solução de problemas, como os lixões, que tendem a se multiplicar pelo Estado, acompanhando o crescimento das cidades.

A questão energética é um ponto estratégico nessa discussão, considerando que a geração de energia limpa é um dos grandes desafios para a humanidade no momento. Segundo relatório elaborado pelos Associados de Pesquisa de Energia de Cambridge (Cera), em parceria com o Fórum Econômico Mundial, uma pressão intensa por inovação será necessária para que o mundo vença o desafio da energia, exigindo colaboração crescente entre companhias, governos, consumidores e instituições de pesquisa.

Fontes energéticas renováveis como sol, vento, água e cana-de-açúcar são alternativas ao petróleo, o principal agente poluidor. Mas algumas dessas matrizes ainda exigem tecnologias caras, que o Brasil não domina. Por isso a necessidade de um plano de desenvolvimento realista para Goiás, que preserve o cerrado, mas sem abrir mão do crescimento econômico.

Os biocombustíveis são outra grande potencialidade goiana, com destaque para o etanol obtido da cana-de-açúcar. A exploração dessa atividade tem sido alvo de críticas, mas o setor tem se mobilizado para superar os problemas. As usinas buscam a mecanização para evitar as queimadas e já aproveitam o bagaço da cana na geração de energia elétrica para consumo próprio.

Mas nosso Estado carece de uma infraestrutura adequada para tornar o preço do álcool atraente no mercado nacional e no exterior, principalmente por causa dos altos preços do transporte do produto, que é feito via rodovias. Por isso a importância da construção do alcooduto que ligaria a região de Senador Canedo à refinaria de Paulínia, em São Paulo.

Em 2006, o governador Marconi Perillo assinou um protocolo de intenções com a Petrobras para a viabilização desse projeto. Mas depois de vários anos de espera, no final do ano passado um consórcio formado pela Petrobras e outras empresas anunciou a construção do alcooduto até a cidade de Uberaba, em Minas Gerais, sem incluir o trecho até Goiás.

O momento agora é de retomar o projeto do alcooduto ou buscar outras alternativas para apoiar o setor, pois a tendência é que a demanda por etanol cresça não só no Brasil, mas também em todo o mundo, já que o petróleo é uma fonte esgotável e causa poluição. Esse alcooduto ajudaria a tornar Goiás bem mais competitivo, pois pode reduzir os custos de transporte em até 15 vezes.

Como se vê, a infraestrutura de transportes é outra área que exige atenção especial do próximo governador de Goiás. Os altos preços do frete executados via rodovias prejudicam não só o setor sucroalcooleiro, mas também outros ramos do agronegócio e da indústria goiana. Por isso, a importância de se viabilizar a construção de ferrovias e hidrovias no Estado.

Esses são, enfim, alguns compromissos que terão de ser assumidos pelo próximo governador para fazer Goiás dar um novo salto de desenvolvimento, como aconteceu no Tempo Novo. E o nome que aparece como o mais indicado para implantar um projeto de crescimento sustentável para o Estado é o de Marconi Perillo.

Em seus dois governos, Marconi mostrou responsabilidade e compromisso com a área ambiental, desenvolvendo ações para proteger o cerrado e para conscientizar sobre a importância de preservá-lo. Entre estes projetos, destacam-se a criação de parques e áreas de preservação ambiental em todo o Estado e realização do Fica, o Festival de Cinema Ambiental da Cidade de Goiás.

Marconi também implantou a Política Estadual de Recursos Hídricos e realizou conferências de meio ambiente em todo o Estado. Durante seus oito anos de governo, foram criados projetos nunca vistos antes em Goiás, que relacionavam meio ambiente com educação, ciência e cultura. Como mostra o relatório dos pesquisadores de Cambridge, inovação é a palavra de ordem na geração de energia. Mas ideias novas também são necessárias em outras áreas da gestão pública. E para inovar é preciso coragem. Qualidade que Marconi Perillo já demonstrou ter de sobra. Como quando enfrentou todo o poderio do grupo que se mantinha no poder há 20 anos em Goiás para se eleger governador do Estado.

O trabalho de sete anos de Marconi à frente do governo foi reconhecido em todo o Brasil e também pelos goianos, que o elegeram para o Senado com votação recorde. Hoje, mais maduro, com a experiência de dois mandatos de governador e mais a atuação como vice-presidente do Senado, Marconi Perillo torna-se, enfim, o nome mais apto a conduzir nosso Estado na direção de uma economia voltada à sustentabilidade. O melhor e o mais indicado governador que podemos ter para cuidar do meio ambiente em Goiás.

Honor Cruvinel é deputado estadual (PSDB) e vice-presidente da Assembleia Legislativa

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