sexta-feira, 9 de abril de 2010

Dengue e desleixo!







CIDADES

Magna Carvalho diz que número de óbitos preocupa

Sobe para 21 o número de mortes por dengue em GO
Aumento no número de óbitos é de 23% em relação ao mesmo período do ano passado. Casos notificados já chegam a 64 mil no Estado

Patrícia Drummond

A dengue já matou 21 pessoas em Goiás nestes primeiros meses de 2010. Em uma semana, foram 4 óbitos confirmados – eram 17 até dia 27 do mês passado. Em relação a 2009, no período que compreende janeiro, fevereiro e março e os primeiros dias de abril, o aumento é de 23% no número de mortes: foram 17 em 2009, contra as 21 até o sábado passado.

“O número absoluto de óbitos é preocupante, mas vale ressaltar que ele não aumentou na mesma proporção que o de casos notificados; nesse caso, o aumento é de 376,6% em relação ao ano passado”, destaca Magna Carvalho, gerente de Vigilância Epidemiológica da Superintendência de Políticas de Atenção Integral à Saúde (Spais) da Secretaria Estadual de Saúde (SES).

O boletim sobre a dengue com os dados da semana 13, até de abril, foi divulgado ontem pelo órgão. O Estado tinha, até a data, 64.079 casos notificados da doença, contra 13.445 registrados no mesmo período de 2009. Entre os 21 óbitos contabilizados até agora – o número total, no ano passado, foi de 47 mortes – , dez foram por febre hemorrágica de dengue (FHD). A SES investiga, ainda, se outras 40 mortes também foram provocadas pelo mosquito Aedes aegypti.

De acordo com as estatísticas mais recentes, a capital continua liderando o ranking dos municípios com maiores números absolutos de casos de dengue até a semana 13: são 33.851 casos notificados. Em segundo lugar, está Aparecida de Goiânia, com 6.042 casos, seguida de Jataí, com 1.695. Os casos confirmados de dengue hemorrágica, até 3 de abril, somam 70, sendo 42 na capital, 9 em Aparecida de Goiânia e 7 em Aragarças – os municípios estão no topo da lista.

Em relação ao porcentual de casos de dengue na população, o município de Barro Alto está em primeiro lugar, com 9,04% (604 casos por 100 mil habitantes; a cidade possui 6.676 moradores). Chapadão do Céu vem na sequência, com 5,81% dos casos (330 casos por 100 mil habitantes, entre um total de 5.673 moradores).

Balanço parcial de casos de dengue do Ministério da Saúde (MS), atualizado até a nona semana de 2010 (6 de março), revela que Goiás está entre os cinco Estados brasileiros que registraram alta incidência da doença entre 1º de janeiro e 6 de março – as outras unidades são Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Entre eles, os índices vão de 778,8 a 1.732 casos por 100 mil habitantes. O MS considera três níveis de incidência de dengue: baixa (até 100 casos por 100 mil habitantes), média (101 a 300 casos) e alta (acima de 300 por 100 mil habitantes).

Segundo o MS, no balanço da nona semana sobre a dengue, do total de 227.109 notificações registradas em todo o país, no período, mais de um terço (35,4%) concentrou-se em seis municípios, Goiânia e Aparecida de Goiânia incluídos. Entre esses seis municípios, Goiânia liderou o ranking, com 28.445 casos registrados entre 1º de janeiro e 6 de março. Campo Grande (MS), em segundo lugar, vem com 19.417 casos notificados da doença, no período. Na sequência, está Rio Branco (AC), com 10.368 casos, seguido de Belo Horizonte (MG), com 9.143 casos, e de Porto Velho (RO), com 5.656 casos. Aparecida de Goiânia, que também aparece na lista, contabilizou 5.027 casos de dengue na nona semana de 2010.

Ainda de acordo com o balanço do MS, em números absolutos, Goiás está entre os Estados que, juntos, registraram 184.574 casos da doença, o equivalente a 86,5% do total de notificações registradas em todo o Brasil, entre 1º de janeiro e 6 de março – foram 227.109 notificações em 2010, contra 131.872 contabilizadas, no mesmo período, em 2009. Além de Goiás, estão incluídos, aí, os Estados de Rondônia, Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo.

Conforme informa o MS, um dos fatores que vêm contribuindo para o crescimento das notificações de dengue no País é a circulação do sorotipo viral DEN-1, que circulou com maior intensidade na década de 90 e gera sinal de alerta: quando o paciente contrai a doença mais de uma vez, aumenta o risco de desenvolver formas graves de dengue.

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