segunda-feira, 12 de abril de 2010

Leitores opinam! E eu também!






CARTAS DOS LEITORES

Padre Adriano

Em 17 de abril serão completados oito anos do assassinato do corumbaense padre Adriano Moreira Curado. Todo esse silêncio nos machuca muito, mas nós, que o amávamos, temos certeza de que a justiça divina não falha. E quando tudo se esclarecer, aí sim encontraremos um pouco de paz.

Suplicamos para que quem saiba de algo denuncie à polícia. A família do padre preferiu se refugiar numa chácara nas proximidades de Corumbá e nela construíram uma linda capela onde guardam as recordações da ordenação festiva do filho, os paramentos usados por ele e seus pertences, verdadeiras relíquias que amenizam a imensa saudade e a frustração de entregar um filho ao sacerdócio para depois vê-lo morto precocemente, três dias após assumir a sua primeira Paróquia em Goiânia.

O que mais me comove é saber que, apesar de todo sofrimento, seus pais continuam fervorosos e confiantes. O arquivamento do processo não impedirá o surgimento da verdade, única maneira de aliviar tamanha dor. Só quem perdeu um filho tem condição de avaliar a dimensão desta perda.

Padre Adriano, o seu martírio não terá sido em vão. Um dia ainda será lembrado por sua coragem de levantar a voz e protestar contra as irregularidades encontradas.

Maria Isabel de Assis Pereira
Setor Oeste – Goiânia

Aposentados

Li no POPULAR uma declaração do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que quer saber de onde virão os recursos do aumento de 7% aos aposentados que ganham mais de um salário mínimo. Quero ressaltar que ele sim nos deve uma explicação sobre os sucessivos aumentos dos parlamentares em todas as esferas governamentais. Temos os mesmos direitos, já que trabalhamos muito mais em nossas vidas.

Júlio Cesar Leite Osório
Parque das Laranjeiras – Goiânia

Saúde pública

A saúde publica no País está uma vergonha, principalmente no interior de Goiás. A 45 quilômetros da capital, a população de Bela Vista sofre com o pequeno hospital local, mas as autoridades não fazem nada. O prédio do Hospital de Urgências 24 horas, na cidade, passa por uma lenta reforma e as instalações provisórias são inadequadas e menores, dentre outros problemas. No local, há profissionais desqualificados e alguns médicos antiéticos. Contudo, infelizmente, não existem hospitais particulares no município, pois os dois únicos foram fechados: um por irregularidades e, o outro, por motivos nunca esclarecidos.

Ao conversar com a família de um cidadão que morreu no início de janeiro, soube que o senhor agonizava de dor e com falta de ar e que sua mulher procurou o médico de plantão, que, por sua vez, não fez o menor esforço para prestar o socorro adequado. Esse senhor, então, teria agonizado durante uma hora e meia, falecendo exatamente no momento em que o médico plantonista arranjou um tempo (ou seria disposição?) para atendê-lo. A mulher da vítima conta, ainda, que percebeu que o oxigênio havia acabado. Ela falou com as enfermeiras e estas estavam convictas de que tudo não passava de um engano da acompanhante.

Enquanto um doente pode ter morrido por falta de assistência, era aprovado na Câmara Municipal um projeto de lei que cria o Dia do Evangélico de Bela Vista. Também passou a ser considerado de utilidade pública a Associação de Pastores e Líderes de Bela Vista. A Câmara tornou oficial, ainda, o Dia da Marcha para Jesus, comemorado em 12 de outubro, dia em que os católicos rendem homenagens a Nossa Senhora Aparecida. Sem desrespeitar nenhuma convicção religiosa, pergunto: com 365 dias no ano, porquê escolher essa data? E para que encerrar o movimento na porta da igreja católica da cidade, como já ocorreu?

Enquanto isso, a saúde pública da cidade está relegada a vigésimo plano. Melhor, em Bela Vista, é rezar para não ficar doente e aproveitar o tal Dia da Marcha para Jesus para pedir muitas bênçãos sobre a saúde nossa de cada dia. Tem outro jeito?

Camilla Soares
Bela Vista de Goiás – GO


Aniversário do POPULAR

Parabéns, O POPULAR, pelos 72 anos! Em 1960, eu era recém-chegado de Ipameri e via com inveja meu colega do Banco de Crédito Real, Sóstenes Alves Menezes, que, além de bancário, era repórter policial do POPULAR. Ele encarava com seriedade seu trabalho. Passados 50 anos, continuo acreditando na seriedade do trabalho dos repórteres que o sucederam, o que me leva, e também a centenas de milhares de outras pessoas a assinarem o POPULAR.

Meus sinceros cumprimentos à equipe que integra o jornal e também aos leitores que escrevem para esta coluna, sempre com observações que me ajudam a “tocar” meu dia-a-dia, enriquecendo meus conhecimentos.

Paulo Marques
Anápolis - GO

Tragédia no Rio

É com muito pesar que recebemos as notícias dos deslizamentos de terras e das chuvas no Rio de Janeiro. Temos de parabenizar as equipes do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e todos os profissionais que estão empenhados em resgatar pessoas e corpos ainda soterrados. Parabéns àqueles que se sensibilizaram e que começaram a ajudar os desabrigados e desesperados. Ajudam nos abrigos, com alimentação, roupas e até mesmo com auxílio moral, sendo solidários uns com os outros, tentando amenizar a dor e o sofrimento dessas pessoas que perderam tudo, casa, pai, mãe, filhos, toda a família.

Mônica Araújo de Moura
Setor Sul – Goiânia

A tragédia nas Cidades do Rio de Janeiro e Niterói foram anunciadas há décadas. Vejam trecho de crônica escrita por Lima Barreto em1915: “As chuvaradas de verão, quase todos os anos, causam no nosso Rio de Janeiro inundações desastrosas. O prefeito, que tanto se interessou pelo embelezamento da cidade, descurou completamente de solucionar esse defeito do nosso Rio”.

De lá para cá, nenhuma providência séria foi tomada. Apenas deixaram que os cidadãos invadissem ainda mais os morros e construíssem suas casas sem pensar nas consequências. Político leva tão a sério essas tragédias que o governador do Rio até agora não verteu uma só lágrima pelas vítimas de seu Estado.

Marcos André
Goiatuba – GO


COMENTÁRIOS DO JOÃO AQUINO

As religiões, todas, precisam dar exemplo do transparência, até por que elas se sentem fiscalizadas por uma força extra-humananidade, portanto, se a Justiça humana pode ser calada por manobras e cumplicidades pelas cúpulas religiosas; eles precisam ser coerentes e admitir que estão em falta com a doutrina que pregam, pois, claramente escondem e obriga os outros a esconderem as mazelas das igrejas, que envolvem: pedofilia, estupros, roubos, assassinatos, tráfico de drogas e de influência e até lavagem de dinheiro. Se Deus existir, essas pessoas estão condenadas aos sofrimentos que elas dizem que os pecadores terão; se não existir, elas podem continuar com suas práticas nefastas, pois a única saída é que os crédulos continuem a acobertá-los, com seu silêncio e com sua hipocrisia.

A Saúde Pública no Brasil é completamente atrelada a interesses privados. Os hospitais públicos tiram dinheiro dos particulares e, sendo assim, os políticos que utilizam os serviços de médicos particulares para suas famílias e para o seu curral eleitoral; não querem resolver o problema para não baterem de frente com aqueles a quem precisam proteger, para continuar mantendo a massa ignara sob seu domínio.

Quero também parabenizar o jornal O Popular pelos seus 72 anos de boa informação e ótimos serviços prestados ao Estado de Goiás e ao Brasil.

A tragédia do Rio de Janeiro mostra duas fazes: uma histórica, como bem observou o leitor Marcos André, de Goiatuba: pelas características da região e a riqueza do Estado do Rio de Janeiro, é um crime que deixem seres humanos ocuparem espaços urbanos de alto risco. As famílias, geralmente numerosas, vão construindo em todo o terreno, impermeabilizando o solo, impedindo o fluxo natural das águas e, ainda por cima, criando ou convivendo pacificamente com lixões, dos quais ás vezes tiram a sobrevivência.

A outra face é ainda mais perversa: a acumulação de riqueza e as políticas públicas tendenciosas. O Rio, um dos maiores produtores brasileiros de petróleo, vem arrecadando fortunas todos os anos com royalties, além de ser o Estado que mais acumula divisas com o turismo e até com a produção industrial. Mas, para onde vai o dinheiro de tantas fontes generosas. Para a corrupção, para obras que só beneficiam os ricos e a aparência da Cidade Maravilhosa, para o financiamento de políticos bandidos, que combatem o tráfico pela televisão e fazem acordos com os traficantes para poderem obter votos nos morros.

No meio de tanta beleza do Rio de Janeiro, de tanto ostentação de suas classes dominantes, de tanta fé e da subserviência de seus políticos e do samba; existe o povo, mas o povo é só um detalhe.

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