sexta-feira, 14 de maio de 2010

Goiânia: epidemia descontrolada!







Goiânia lidera casos de dengue no País

Goiânia lidera o ranking nacional com o maior números de casos absolutos de dengue notificados. A capital registrou 7,57% do total de casos contabilizados em balanço parcial do Ministério da Saúde (MS) até a 13ª semana, divulgado no último dia 10. Os dados revelados pelo MS, revelaram o número acumulativo de janeiro até o dia 3 de abril. Apesar do acumulativo ser elevado, nos últimos dois meses a capital registrou redução de 90% dos casos notificados. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) relacionou o elevado número no início do ano, ao reaparecimento do soro tipo denv-1, que era ausente no Estado desde 2002 e voltou a circular no segundo semestre de 2009.

Na edição do dia 30 de abril, o DM divulgou que o Estado liderava o ranking nacional com números absolutos. Dados do Ministério da Saúde mostraram que em 2010 a dengue no Estado virou epidemia, com uma incidência de 849 casos por mil habitantes já na 9ª semana, com 325% dos casos de dengue e elevou para 53% o percentual de mortes comparados ao mesmo período de 2009. Novos números do MS mostram que até dia 8 de maio, Goiás apresentou diminuição no número de notificações comparados aos outros Estados.

Na lista nacional, o Estado surge no caminho do controle da epidemia, em quarto lugar com incidência de 1.115 casos por 100 mil habitantes e reduzindo nas últimas cinco semanas 29% do percentual de casos. O aumento para 80 mil casos notificados até o dia 8 de maio, representa aumento de 296% em relação ao mesmo período do ano passado com 29 óbitos registrados.

Em Goiás, o número de notificações subiu para 80 mil casos na 18ª semana, sendo que 52% dos municípios goianos aumentaram ou estabilizaram a redução de casos e apenas 40% conseguiram a meta de diminuição. Para a Secretaria Estadual de Saúde (SES), a falta de agentes de endemia pode ser um dos fatores do avanço da dengue. As 23 cidades do Estado receberão um ofício recomendando a contratação de 324 novos agentes. Em Goiânia o número de agentes necessários para completar o efetivo é de 215. Cada agente é responsável por pelo menos 1.200 domicílios.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, os municípios não tomaram as devidas providências no combate à dengue, no que diz respeito ao aumento do efetivo de agentes de endemia. Segundo Elizabeth Araújo, titular da Superintendência de Política de Atenção Integral à Saúde (SPAS), as medidas básicas devem continuar a serem seguidas como o combate aos criadouros. O número de notificações de dengue por semana está entre 400 e 500 novos casos, mas a intensificação deve continuar por causa da baixa umidade que proporciona o aparecimento de novas largas. "Não devemos descuidar por causa da falta de chuva, o tempo úmido também é perigoso", relata a superintendente.

De acordo com Cristina Borges Laval, diretora de Vigilância em SMS, a dengue em Goiânia está controlada e apresenta um registro de 400 casos por semana. No início de 2010 eram pelo menos quatro mil casos notificados a cada semana. Segundo a diretora, o efetivo de agentes de endemia já deveria ter sido aumentado, mas as contratações não foram possíveis devido à falta de verba. "Todo o Estado recebe por ano R$ 7 milhões para gastos na saúde. Cada município precisa investir ainda 30% desse valor que equivale a R$ 2 milhões. Pelo menos R$ 13 milhões deveriam ser investidos com a contratação de agentes suficientes para atender a demanda. Dessa forma posso afirmar que o município de Goiânia não tem dinheiro para contratar mais agentes", diz a diretora de vigilância.

Para Cristina, a antecipação das chuvas e atraso nas medidas tomadas no combate à dengue quando já era epidemia, funcionaram como fatores determinantes para o aumento da dengue em Goiânia e nos 22 municípios. As chuvas proporcionam ambiente confortável para o aumento de criadouros. A falta de agentes não é a causa isolada do avanço da dengue em Goiânia. "O reforço no carro fumacê demorou a acontecer, e isso sim contribuiu para o aumento", diz Cristina.

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