sexta-feira, 14 de maio de 2010

Limpeza!







Ficha Limpa ganha aliados no Senado

AE

Brasília – O PT do Senado começou a recolher assinaturas para votar em regime de urgência o projeto de lei conhecido como Ficha Limpa, que barra a candidatura de políticos condenados pela Justiça. A votação rápida da proposta é uma reação dos líderes partidários às declarações do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que disse que o Ficha Limpa “não é um projeto do governo, é da sociedade”.

“Eu avalio que o governo do presidente Lula é sensível aos interesses da sociedade e, por isso, nós vamos defender a urgência para o Ficha Limpa”, disse o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que foi encarregado pela liderança do PT de conseguir as assinaturas para dar prioridade à votação do projeto Ficha Limpa.

Ao mesmo tempo, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e relator do Ficha Limpa, senador Demóstenes Torres (DEM), anunciou ontem que apresentará seu parecer sobre a proposta na próxima quarta-feira, dia 19. A ideia é votar o Ficha Limpa no mesmo dia, caso ninguém peça vistas mais tempo para analisar a proposta.

Para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o projeto Ficha Limpa “é uma aspiração nacional, uma necessidade que amadureceu na consciência do país”. Ele saiu em defesa de Jucá. “Esse projeto não é uma questão partidária. É uma questão de ponto de vista, da consciência de cada um. Eu pelo menos não vi isso até agora como uma posição de governo. Pelo menos, ninguém me falou a respeito disso. Ao contrário, tenho ouvido é manifestação de simpatia”, observou.

“Agora, acho que se o senador Jucá está falando a esse respeito, ele naturalmente não está falando em relação à matéria, mas sim em relação a diversos projetos que estão tramitando aqui. E ele então está fazendo uma avaliação pessoal, que não é a minha avaliação pessoal”, argumentou Sarney. Ele garantiu que vai trabalhar para que a proposta seja votada rapidamente e, dessa forma, possa valer para as eleições ainda deste ano.

Alvo de críticas, o líder Jucá reafirmou ontem que o projeto Ficha Limpa não pode ser votado a toque de caixa no Senado. “Não dá para votar um projeto sem discutir. Essa proposta ficou quase oito meses na Câmara e precisa ser debatida no Senado”, disse Jucá. “Não sei o motivo dessa loucura agora de aprovar correndo o projeto.” Na opinião do líder, as novas regras de inelegibilidade de políticos não terão validade para as eleições de outubro deste ano. Há divergências quanto à entrada em vigor da proposta. (AE)

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