terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Diário da Manhã - 28 de janeiro de 2010

Diário da Manhã

Em Goiás, a Saúde agoniza

A saúde é o bem mais precioso que o ser humano pode ter. E o direito a um atendimento digno nesta área deve estar ao alcance de qualquer cidadão. A saúde pública brasileira ainda está longe de ser a ideal. E não é diferente em Goiás, onde a população amarga uma situação periclitante agravada pela paralisação de importantes obras de construção de novos hospitais.

Notícia na imprensa local nas últimas semanas, a estimativa é que cerca de 800 mil pessoas em Goiás poderiam ter assistência médica pública. Mas, ao contrário, sofrem em filas de hospitais à margem de um benefício garantido constitucionalmente. A demora na conclusão dessas unidades prejudica, principalmente, a população do interior do Estado que, na maioria das vezes, acaba se deslocando para a capital em busca de atendimento. E assim, a sobrecarga nos hospitais referência da capital aumenta.

Um exemplo dessa situação é a cidade de Valparaíso, que tem um posto de saúde para atender cerca de 150 mil pessoas e um hospital inacabado. O governo alega que a obra está concluída, mas para a população a realidade não é essa. Os pacientes mais graves têm que recorrer a unidades em Brasília.

Ainda no Entorno, em Santo Antônio do Descoberto, uma estrutura física já erguida está se deteriorando. Em Novo Gama, a empreiteira abandonou a obra sem concluí-la, alegando atrasos nos repasses dos recursos. O hospital não passou de meras ruínas de dois blocos não-terminados. Nos dois casos há descaso com o atendimento médico à população e também com o dinheiro público já empenhado nessas obras.

Mas considero ainda mais grave o caso de Uruaçu, símbolo da hipocrisia e de uma política que sabe apenas criar expectativa nas pessoas, iludindo aqueles que pagam impostos e necessitam de benefícios. Ao lançar o projeto de um novo hospital na cidade que fica no Norte goiano, a atual administração de Goiás fez uma grande festa com direito a foguetório e discurso em praça pública. Mas até hoje o projeto não saiu da fase licitatória, pois foi apresentada uma emenda de bancada e o governo perdeu o prazo para fazer a burocracia andar.

A população goiana está esquecida pelo atual governo. Nem mesmo a capital escapou do descaso na área. O local onde seria o Hospital de Urgências da região noroeste de Goiânia virou uma imensa cratera. O governo ameaçou a construção do prédio, mas a iniciativa ficou só na promessa. Resolveram mudar o local da obra e, além de não seguir com o projeto adiante, deixaram a antiga área abandonada. Ela acabou virando depósito de lixo. Agora, no local onde deveria existir a cura, há a proliferação de doenças.

Esse retrato da saúde em Goiás reflete uma política de governo pautada apenas em criar expectativa e em projetos que não saem do papel. Ao invés de concluir os que já estão em andamento, o atual governo preferiu lançar novos, pensando apenas na festa e na repercussão. O atendimento à população ficou em segundo plano. Por trás dos foguetes, o povo agoniza junto com a política para a Saúde desenvolvida atualmente no Estado.


Essie Brito é presidente do PSDB em Crixás (essiebrito@hotmail.com)

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