terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O Popular - 28 de janeiro de 2010

O Popular

DIREITOS HUMANOS

Vannuchi eleva o tom contra críticos de plano

Folhapress

Porto Alegre – O secretário especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, comparou ontem críticas ao 3º Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) à defesa da volta dos DOI-Codis, órgãos de repressão do período mais fechado da ditadura militar (1964- 1985), nos quais ocorreram assassinatos, desaparecimentos e tortura de opositores ao regime. Segundo ele, em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, um jurista, cujo nome não citou, para atacar o PNDH-3 e o próprio Vannuchi, lembrou uma resenha em que crítico literário Agripino Grieco, ao se referir a uma obra de poesia, recomendava que se queimasse o livro e, se seu autor insistisse em escrever, que o queimassem também. Para ele, a frase mostrou uma disposição pró-ditadura, que criticou, durante participação na oficina “Trabalho escravo: o quanto já caminhamos e o que falta fazer?”, incorporada ao Fórum Social Mundial Grande Porto Alegre. “Eu não tinha lido, nos últimos anos, uma confissão tão clara de que, se for preciso construir DOI-Codis de novo, vamos construir DOI-Codis de novo”, declarou o secretário, em referência aos Destacamentos de Operações de Informações (DOI), organismos de repressão política comandados pelo Exercito nos anos 1970, sobre cujos ex-integrantes pesam acusações de tortura e assassinato.

Depois, em entrevista, Vannuchi amenizou o discurso. “Puxa vida, 21 anos de reconstrução democrática, e ainda existem pensamentos que ecoam a ideia de que, na diferença, não aceito opinião diferente da minha, e, se a pessoa insistir, queime-se quem faz a defesa. Está errado, é preciso conviver, o Fórum Social é uma grande demonstração disso, ha pluralidade, ha divergência”, afirmou o ministro Vannuchi.

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