Marconi: futuro!

ARTIGO

Senador Marconi Perillo

"De volta ao futuro"

O lançamento da pré-campanha presidencial do PSDB e partidos aliados foi um acontecimento político de primeira grandeza, como há muito não se via no Brasil. Além da organização minuciosa e impecável, chamou atenção a qualidade dos discursos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves e, sobretudo, do ex-governador de São Paulo e agora pré-candidato a presidente da República, José Serra.

Ao contrário das bravatas e do elogio à ignorância a que o País se acostumou a assistir nos últimos tempos, o pronunciamento de Serra denotou equilíbrio, profundidade e, principalmente, amadurecimento. Cada palavra dita por ele no evento trazia a marca da lucidez e da serenidade. Na medida certa e no tom característico dos estadistas, Serra falou como quem compreende o momento histórico que o Brasil atravessa e mostrou-se preparado para o desafio de conduzir o País neste início do Século XXI. Voltamos a mirar o futuro.

Diante da proposta petista de conflito, o pré-candidato tucano respondeu com o apelo à conciliação nacional. À luta de classes, à divisão entre ricos e pobres, ao apartheid social, ao confronto de Estados do Sul contra Estado do Norte, ao enfrentamento entre cidades grandes e cidades pequenas, entre o urbano e o rural, Serra pregou a união de todos os brasileiros num grande projeto de desenvolvimento. "O Brasil não tem dono, é de todos os brasileiros e pode muito mais", destacou, acrescentando que as falanges do ódio devem ser rechaçadas com trabalho e crença no futuro.

Serra afirmou que a sua campanha será a da verdade e que o governo, como as pessoas, tem que ter alma e devem servir ao povo, jamais a partidos e corporações que não representam o interesse público. O País que o ex-governador de São Paulo sonha é mais justo, mais generoso e igual em oportunidades para todos. Um Brasil livre da demagogia e do populismo, onde a dignidade esteja efetivamente presente na vida de todos os brasileiros.

O momento de maior emoção no discurso de Serra foi quando ele lembrou a figura do austera do pai, que ganhava a vida trabalhando sete dias por semana numa pequena banca de mercado para sustentar a família . "Meu pai carregava caixas de frutas para que um dia eu pudesse carregar caixas de livros", disse, comovendo as milhares de pessoas que lotavam o Centro de Eventos Brasil 21, em Brasília.

O pronunciamento de Serra foi talvez o melhor e mais consistente que já ouvi nos meus anos de estrada na política. Impressionou-me, repito, a propriedade e a segurança com que se dirigiu aos brasileiros para apresentar sua biografia e esboçar um rápido breviário de intenções. Mas, acima de tudo, deu-me a certeza de que ele hoje é um homem experiente e preparado para levar o País a um novo salto de desenvolvimento.

Depois de abraçar e desejar boa sorte a Serra em nome dos tucanos de Goiás, deixei o encontro nacional do PSDB com o coração batendo forte no peito e me lembrando com saudade da figura de Mário Covas, que sempre me falava sobre as virtudes da lealdade e as torpezas da traição na política.

Senti-me revigorado para a luta política e orgulhoso por pertencer a uma legenda partidária que, além de possuir quadros da expressão de FHC, José Serra, Aécio Neves, Arthur Virgílio, Tasso Jereissati, Geraldo Alckmin, Sérgio Guerra e muitos outros, tem um sólido e verdadeiro compromisso com Goiás e com o Brasil.

Marconi Perillo é senador pelo PSDB

(http://www.marconiperillo.net/ - Twitter: @marconiperillo)