quarta-feira, 12 de maio de 2010

Leitores opinam!







CARTAS DOS LEITORES

Contrastes da política

Chamou a atenção na edição do POPULAR de segunda-feira um contraste, no mínimo, irônico. De um lado, a ampla dissertação da jornalista Cileide Alves sobre os desafios que Goiás tem pela frente e a inserção desse debate na campanha política vindoura. De outro lado, a declaração do deputado José Nelto, aquele mesmo que usou avião do Estado para práticas pessoais, onde mostra seu interesse em coligações que disputam o governo do Distrito Federal e sua preocupação com a crise ético-política de Brasília.

O deputado personifica uma atitude não apenas de seu grupo político, mas de todos os envolvidos na atual campanha e outras passadas.

Os desafios, os gargalos, os dilemas de nosso Estado são preocupações secundárias e inferiores, quando comparados aos conchavos e estratagemas envolvidos na luta pelo poder entre grupos políticos (e parasitas que transitam entre um grupo e outro), que se revezam no poder há décadas, alheios aos verdadeiros anseios da gente goiana.

OSVANDIR JÚNIOR
Nerópolis – GO

Impunidade e violência

A crescente violência no Brasil é algo intolerável, que provoca o temor nas ruas e nos lares, em função da insegurança generalizada. O medo, a depressão e a síndrome do pânico têm sido cada vez mais frequentes na sociedade, levando as famílias a viverem trancadas, assustadas.

Enquanto os animais atacam apenas quando são ameaçados ou para saciar a fome, o homem mata por dinheiro, para manter o vício das drogas, para roubar ou por mero prazer. Se bandidos estão em liberdade, sem nenhum pudor, com meios e ambientes favoráveis à prática do crime, continuam a roubar, a estuprar, a matar. São frios e insaciáveis.

Confiantes nas remotas chances de sua punição, eles estão cada vez mais audaciosos, verdadeiros monstros do terror. É a tal impunidade. Até quando será assim?

No dia 15, completa dois anos do crime brutal que ceifou a vida do dr. Leandro de Almeida Neto, durante um plantão, em pleno exercício profissional da Medicina, em Arenópolis (GO).

A dor de sua perda não tem cura. Ficou um vazio incalculável, irreparável. Nós, esposa, filhos e familiares do querido dr. Leandro convivemos com essa desumana situação de impunidade há dois anos.

A crueldade e a covardia do crime ainda impune que tirou a vida do Leandro leva, todos nós que o amávamos, à condenação para sempre às penas da indignação, do gosto amargo da saudade sem fim, da agonia, da dor profunda pela sua ausência, da falta que nos fazem a sua alegria e o seu carinho, bem como dos dons naturais e profissionais que faziam dele um grande ser humano.

O assassino, mesmo conhecido e identificado, continua foragido e impune. Tal situação nos causa enorme frustração e repúdio. Que a justiça seja feita, mesmo que tardia.

Afinal, a impunidade nada mais é do que um contundente estímulo para a prática do crime, muitas vezes agravado pela condenável reincidência. Algo urgente precisa ser feito para acabar com essa situação caótica no país. É tanto sangue derramado, são tantas vidas valiosas perdidas, tantos sonhos desfeitos, tantas famílias destruídas.

Queremos acreditar na vitória do bem sobre o mal. Precisamos de paz.

CLÁUDIA SOUZA SILVA DE ALMEIDA
Iporá – GO

Equilíbrio da maternidade

Foi de grandiosa profundidade o texto publicado domingo, intitulado Mãe, cadê?, da psicanalista Carmen Bruder. As entrelinhas expressas no contexto nos remete, de certa forma, ao processo de maturação humana. A simplicidade das palavras é promessa de vida longa e duradoura na caminhada de nossa existência.

Reportei-me às mais variadas condições e confesso que os questionamentos são oportunos em todas as instâncias, de forma que a base e o equilíbrio da maternidade encontram-se na compreensão, na tolerância e no tempo que há de vir. Parabéns por tão sublime reflexão.

Prof. FANNY Pedagoga/Psicopedagoga
Goiânia – GO

Consumo do crack

Bem escrito, lindo e triste o artigo da colega Dagmar Ramos, publicado quarta-feira. A necessidade de atitudes emergenciais por ela citadas em relação ao fenômeno do crack (hospitais de campanha e treinamentos de emergência bem como ações articuladas em todos os níveis) são imperativas.

Devemos exigir do poder público ações de base para a prevenção do consumo da devastadora droga, que tantas tragédias já causou e tantas vidas já ceifou. Escola, lazer e trabalho no momento adequado compõem o tripé de sustentação da criança e do jovem para que não se enveredem nesse submundo.

A extinção arbitrária, em Goiânia, do Cidadão 2000, tirou a oportunidade de milhares de jovens que poderiam vislumbrar um futuro digno. No âmbito federal, a falta de investimentos e a destinação de verbas para feitos questionáveis são cruciais.

O governo Lula já gastou até agora quase R$ 8 bilhões para a propaganda da sua gestão. A sociedade mantenedora dos poderes constituídos merece maior retorno dos seus impostos na forma de atitudes eficazes no combate às drogas e no encaminhamento da juventude, tão desguarnecida da atenção governamental.

KÁTIA BRENNER QUEIROZ
Setor Bueno – Goiânia

Educação no trânsito

A pergunta que todos querem fazer: por que o motorista goiano é mal-educado? Os motoristas de hoje foram crianças ontem; como não receberam educação, viraram adultos mal-educados. Mesmo multando-os, eles jamais mudarão seus comportamentos. Só a multa em nada resolverá. É preciso apreender o veículo do infrator por alguns dias.

Torna-se urgente também que as escolas passem a ministrar a educação no trânsito para as crianças, substituindo os pais. Não é dever das escolas educar filhos de nenhum cidadão, mas como estamos assistindo um caos total no trânsito, torna-se imperiosa essa iniciativa.

JOSÉ SIMÃO NETO
Setor Oeste – Goiânia

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