quarta-feira, 5 de maio de 2010

Marconi: na oposição!







POLÍTICA E JUSTIÇA

Entrevista - senador Marconi Perillo


"Sou candidato de oposição"

O senador Marconi Perillo, pré-candidato do PSDB ao governo de Goiás, assumiu ontem que é oposição ao governo de Alcides Rodrigues (PP), nas eleições deste ano. Ele concedeu entrevistas ontem às rádios Mil FM, Difusora, 820 AM e ao programa Chumbo Grosso, da TV Goiânia/Band. "Eu sou candidato de oposição ao governo que está aí, porque é um governo marcado pela inércia e não-cumprimento dos seus compromissos", falou. O tucano também teceu mais críticas ao governador pepista.

"O tempo do governador está passando e todos sabem disso. A tinta da caneta dele está acabando. Eles vivem dizendo que os recursos estão escassos, que vivem em dificuldade. A verdade é que pressão e perseguição não mudarão os rumos da história de Goiás". O senador também comentou sobre projetos de campanha, situação das rodovias no Estado, redes sociais e alianças. Afirmou que, para ele, o candidato a vice de sua chapa seria o deputado federal Roberto Balestra (PP).


ELEIÇÃO

Eu sou candidato de oposição ao governo que está aí, porque é um governo marcado pela inércia e não-cumprimento dos seus compromissos.

DEMISSÕES

Partiram para política de perseguição e pressão. Prefeitos que não se alinham aos propósitos daqueles que são os poderosos de plantão são perseguidos e descriminados. Não só através de demissões, como é o caso de Morrinhos, mas por meio de cortes nos convênios com as prefeituras. Os prefeitos já não acreditam mais que receberão esses recursos.

Acham que é balela, e que o governo vai atender um ou outro com poucas parcelas. E assim os recursos previstos pelo contrato com a Caixa Econômica se esgotam. Anunciaram R$ 113 milhões, mas esses recursos devem ir só para recuperação de estradas, que estão precaríssimas, já que o governo não paga o 3ª Via há oito meses.

CORONELISMO

O tempo do governador está passando e todos sabem disso. A tinta da caneta dele está acabando. Eles vivem dizendo que os recursos estão escassos, que vivem em dificuldade. A verdade é que pressão e perseguição não mudarão os rumos da história de Goiás. Os eleitores goianos não são mais encabrestados. Não há mais espaço para política de coronelismo em Goiás. O que a gente percebe hoje é uma sociedade linkada nas redes sociais, preocupada com informações virtuais, antenada, que quer mudanças permanentes e saber o que os candidatos vão propor no setor de tecnologias de informações, de políticas radicais na saúde, educação, segurança.

Quais candidatos têm compromisso com a modernidade, diálogo, transparência e não com a demagogia, com a mentirada. Essa é uma questão que vai ser importante. Os eleitores observarão a sinceridade e capacidade de convencimento verdadeiro dos candidatos. O que eles fizeram no passado para merecer o voto do eleitor? Não tenho dúvida sobre isso. O eleitor não vai levar em conta um governo que tem desempenho muito fraco, exatamente porque não cumpriu seus compromissos.

TRAIÇÃO

Existe um ditado muito conhecido, que diz: "dê poder e dinheiro ao homem e verás quem ele é". O ex-deputado Ulysses Guimarães (PMDB), já falecido, dizia também que fazer um favor é o primeiro passo para ser vítima de ingratidão. Todos sabem que ajudei Alcides na eleição. Aos poucos, vi que os compromissos de campanha não estavam sendo cumpridos, e que começaram a perseguir companheiros que haviam ajudado nas eleições, inclusive algumas pessoas humildes, pais de família. Mas quero olhar para o futuro, não quero olhar para trás.

ADVERSÁRIOS

Já enfrentei eleições mais difíceis. A eleição de 1998 ocorreu contra tudo e contra todos. Principalmente contra o poder econômico. E conseguimos sensibilizar e convencer a população goiana com discurso firme, objetivo, propondo mudanças e transformações na vida das pessoas. Vou focar meu discurso no cidadão. O poder só vale a pena quando a gente o usa para transformar para melhor a vida das pessoas. Todo mundo sonha em melhorar de vida, então vou trabalhar com foco no cidadão. Como aconteceu nos meus dois mandatos como governador.

PRÉ-CANDIDATURA

Ainda estamos a dois meses da homologação das candidaturas nas convenções, e este período servirá para que levemos a cabo o trabalho que cabe ao pré-candidato. É a hora de formatar o plano de governo, realizar visitas e promover debater com segmentos organizados da sociedade. Estamos preparando uma festa bonita (sexta-feira), com a presença de militantes de todos os partidos que estão alinhados conosco. Desde a semana passada está confirmada a presença do pré-candidato do PSDB à presidência da República, José Serra. A participação de Serra vai conferir prestígio ao evento, vai agregar valor e fazer deste um evento de proporções nacionais.

PP

Existe um desejo latente das bases do PP em caminhar com o PSDB nessas eleições. Percebo isso andando por Goiás. Estou percorrendo Goiás de ponta a ponta, visitando municípios, conversando com lideranças, discutindo plano de governo. Percebo isso nitidamente. Há uma série de prefeitos do PP que me apoiam, e considero isso natural, até porque temos história juntos. Já fui ao palanque desses prefeitos várias vezes em outras campanhas, eles sempre me apoiaram. É natural esse alinhamento de forças. A maioria dos prefeitos do PP que não estão alinhados ao nosso projeto é oriunda do PMDB, que se opõe a nós por força da tradição e da rivalidade. Um desses prefeitos deve falar em nome de todos na solenidade de lançamento da minha pré-candidatura, além de mim, do Serra, do representante dos vereadores e do representante dos deputados.

BALESTRA

O movimento em torno da indicação do deputado Roberto Balestra (PP) para vaga de candidato a vice da nossa chapa é um movimento forte, mas resta saber se ele terá condições de enfrentar isso dentro do partido. Da minha parte é um convite para valer. Balestra é bom gestor, político habilidoso, que está no exercício do seu sexto mandato como deputado federal. Trata-se de político de bom senso e com boa formação. Tem berço. Tenho certeza que Balestra agregaria muito ao nosso projeto. Repito: resta ver se ele terá condições de enfrentar e vencer a luta interna dentro do partido dele. Se depender de mim, será escolhido o candidato a vice-governador.

ASFALTO

É obrigação do governador atender os prefeitos em relação aos pleitos com relação a pavimentação asfáltica. Afinal de contas, o governador Alcides prometeu asfaltar todas as ruas de Goiás no seu mandato. Isso já deveria ter sido feito há tempo. O governador já completou quatro anos e um mês no governo, e o que a gente percebe é que estão enrolando os prefeitos. Paci (Programa de Asfaltamento das Cidades) foi lançado em agosto do ano passado. Prefeitos já não aguentam mais ser enrolados. E eles já não têm mais discurso pra convencer os cidadãos das suas cidades a esperar.

MABEL

Eu e Mabel estivemos juntos em algumas eleições, mas ele sempre está envolvido em algum fato e tem de se explicar. Disseram que ele está envolvido naquele dossiê fajuto criado contra a minha pessoa, mas não acredito. Quero, sim, que haja investigação, mas não acredito que tenha sido ele. O que quero é que não exista impunidade, e que os culpados paguem por isso. Inclusive, no Brasil tem que acabar com essa história de impunidade. O crime do colarinho branco, antes de tudo, precisa ser punido. Sou a favor do projeto Ficha Limpa e da absoluta moralização da política.

SERRA

Não é verdade (que Serra adiou sua visita a Goiás por duas vezes por conta da indefinição do DEM). Ele me pediu para vir aqui na terça-feira, logo depois do lançamento da candidatura dele, e eu é que não pude naquela semana por conta de outros compromissos. Depois ele viria na semana seguinte, mas aí, realmente, houve um desencontro de agenda com o DEM. Mas não há problema nenhum, o dia que o Serra vir aqui terá a companhia minha e de todos os integrantes do DEM, sem problema. O mais importante é que o Brasil possa ter um presidente com as qualidades, transparência e competência de Serra.

DEM

Se o DEM nos der a honra do seu apoio será em função do nosso plano de governo, do desejo das bases. O senador Demóstenes Torres tem andado o Estado inteiro e percebido o desejo latente das bases em relação a sua unidade. O deputado Ronaldo Caiado também tem andado o Estado inteiro e sabe que a base gostaria muito dessa união entre PSDB e DEM. A mesma coisa tem feito os deputados Vilmar Rocha (suplente), Nilo Resende, Helio de Sousa. Portanto há abertura total, não só da minha parte, mas por parte das bases para que o encontro seja marcado e selado.

TRÂNSITO

O que agoniza em Goiânia não é o Eixo Anhanguera, é o trânsito. O trânsito vive esse caos hoje porque o transporte é ineficiente. Se o transporte coletivo fosse eficiente, teríamos menos carros nas ruas e o trânsito fluiria melhor. Segundo ponto: não houve nenhuma preocupação em promover intervenções inteligentes na engenharia de trânsito. Isso é fundamental em qualquer parte do mundo. Procurei, enquanto governador, encontrar soluções inteligentes para solucionar de vez o problema do transporte e trânsito de Goiânia e região metropolitana.

Uma dessas saídas é o metrô, de superfície ou enterrado. Preparei o projeto, investimos na feitura do projeto, busquei parcerias internacionais, viajei em busca de soluções para o transporte de Goiânia e não tenho dúvida que uma das saídas para as regiões metropolitanas mais povoadas é metrô.

METRÔ

O problema do metrô é que não depende só de dinheiro estadual. Os Estados não têm caixa para investir sozinho. O Serra, em São Paulo, contou com recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social), de privatização e recursos federais. Se o governo federal não investir no transporte metropolitano, de massa, nós não teremos eficiência. Houve promessa seis anos atrás que em seis meses o problema do transporte coletivo em Goiânia estaria resolvido.

EIXÃO

Na nossa época, para favorecer os trabalhadores, resolvi subsidiar o Eixo, reduzindo a tarifa para R$ 0,45. Tem mais: naquela época compramos muitos ônibus novos, inclusive aqueles triarticulados e com ar-condicionado. Investi em modernização. Entendia que o trabalhador merecia, e merece, ter o apoio do governo através de subsídios. No mundo todo o transporte é subsidiado, o governo ajuda os trabalhadores para que com essa economia o trabalhador possa fazer face a outras despesas de suas famílias.

O Eixo precisa de investimentos, mas o problema não é o Eixo. O Eixo precisa ser subsidiado, continuar na mão do Estado. A saída não é entregar na mão de empresas que vão aumentar o preço da tarifa. Se o transporte for privatizado, o Eixo vai praticar tarifa igual a que é praticada nas outras linhas, e o trabalhador vai sofrer.

IRIS

Essas coisas não podem ser tão simplistas (em referência à promessa de Iris de recuperar as estradas do Estado em um ano, se eleito). Em política não há mais lugar para demagogia. Iris disse que resolveria o problema do transporte em Goiânia em seis meses, durante as eleições para prefeito. Seis anos depois, vemos que o transporte piorou. As coisas não acontecem com passe de mágica. Fui o primeiro governador a criar programas pra recuperar a malha rodoviária estadual, para manter e conservar permanente não só o leito, mas as margens, fazer roçagem e sinalização noturna. Acho que, ao invés de propor solução em seis meses, um ano ou dois, é preciso ter decisão, liderança, resolver o problema e resolver definitivo. Fazer com qualidade.

ESTRADAS

Tenho certeza que num curto espaço de tempo (resolver problemas das estradas). Vencendo as eleições, vou recriar o programa "pró-melhor", buscar linhas de crédito e começar imediatamente a arrancar o asfalto velho e fazer de novo, como fiz. Não adianta tapar buraco, fazer de conta que está resolvendo o problema e empurrar pra frente, é arrancar o asfalto estragado e fazer de novo. E depois recriar o "terceira via", pagar direito as empresas e colocar as empresas pra trabalharem e manter regularmente as estradas. Não vou ficar fazendo compromisso para não cumprir, espero que no máximo em dois anos isso esteja resolvido, mas vamos começar no primeiro dia do governo.

SENADO

Além da participação minha em funções importantes do Senado, fato que tem prestigiado o Estado, fui presidente da Comissão de Infraestrutura, fizemos debates importantíssimos e apresentamos vários projetos sobre o assunto. Hoje sou o vice-presidente da Casa. Em momentos de crise aguda, como a que aconteceu no ano passado, assumi a presidência com dignidade e conquistei credibilidade junto aos formadores de opinião no País. Por fim, além de ser vice-presidente do Senado, apresentei dezenas de projetos de emendas à Constituição, relatei mais de 500 propostas, participei e participo das principais comissões. Para se ter uma ideia, dos meus cerca 70 projetos apresentados, 30 já foram aprovados e alguns já sancionados pelo presidente da República.

E foram projetos importantes, voltados para as áreas de saúde, educação, segurança, saneamento, mudanças nos Códigos de Processo Penal, dentre outros. Mas além disso, também trabalhei na Comissão de Orçamento. Em 2008, fui vice-presidente da Comissão, cargo que está sendo ocupado agora pela senadora Lúcia Vânia (PSDB). E nesse período todo consegui aprovar emendas vultuosas à construção da Ferrovia Norte-Sul. Somando os três anos, já consegui a aprovação de quase R$ 1 bilhão para ferrovia. Viabilizei recursos para a UFG (Universidade Federal de Goiás), pra UEG (Universidade Estadual de Goiás), para as Santas Casas, recursos para construção do novo parque agropecuário de Goiânia, rodovias federais em Goiás, saneamento básico, recursos para municípios.

INTERNET

As novas tecnologias de informação precisam ser bem utilizadas e as pessoas que exercem papéis de protagonistas, de liderança na sociedade, precisam, em todos os momentos, dar o exemplo a outros políticos e mostrar à sociedade sua sintonia com o mundo moderno. Em abril, um certo dia, havia acabado de sair de reunião com prefeitos e deputados do meu partido que haviam solicitado a minha pré-candidatura. Aí então resolvi, por questão também de economia de tempo, tomar a iniciativa de twittar. Twittei que, atendendo aos apelos do partido, havia tomado a decisão. Todo mundo já sabia que havia possibilidade muito grande de eu ser candidato, e naquele momento tomei iniciativa de comunicar a decisão da minha candidatura.

TECNOLOGIA

Já tomei uma decisão: os principais núcleos da campanha vão se concentrar na área de Tecnologia da Informação. Já designamos coordenação exclusiva para debater assuntos relacionados às redes sociais. Começamos a discutir também propostas para o fomentos a indústrias e empresas do ramo de tecnologia para cá. Queremos criar aqui uma cidade virtual. A ideia é investir em crédito para pequenas, médias e grandes empresas. Criar política de incentivos para a viabilização de uma plataforma digital no Estado - de preferência com fábricas pequenas ou médias para a confecção de computadores - e ao mesmo tempo investir na inclusão digital de massa. O cheque-computador é uma das ideias.

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