terça-feira, 4 de maio de 2010

Questão de princípio!







Editorial

Falta de respeito

Por força de lei, 5% das vagas de estacionamentos são de uso exclusivo de idosos e 2% para deficientes. Mas, em Goiânia, principalmente na área central, onde se concentram serviços, é praticamente impossível aos idosos e aos deficientes conseguir uma vaga no horário comercial. A razão é simples, mas de indignar: são os motoristas que desrespeitam essa lei que impedem o exercício do direito.

Trata-se de um comportamento incivilizado que persiste porque não é combatido. Quanto aos deficientes, que com dificuldade conseguem um veículo especial e adaptado, às vezes ainda são maltratados pelos transgressores, como contou uma cadeirante à reportagem deste jornal. Ela viu uma senhora estacionando em vaga reservada a deficientes, chamou a atenção dela e ouviu a resposta: “Procure outro lugar.”

Sem dúvida criou-se em Goiânia uma situação que exige campanhas educativas. Mas, enquanto não se conseguir o nível ideal de respeito ao direito da vaga especial, uma severa fiscalização tem de ser promovida, com punição, quando for o caso.

Outro problema ligado a essa questão é o da falta de sinalização ou da má sinalização nos estacionamentos. Em alguns, nem sequer se percebe o símbolo internacional de acesso desenhado no chão. É preciso também uma campanha de esclarecimento sobre o uso dos cartões para o espaço especial de estacionamento. Em Goiânia, até o final de abril, haviam sido emitidos apenas 358 cartões para idosos e 87 para deficientes.


COMENTÁRIO DO JOÃO AQUINO


A vida das grandes está subvertendo muitos valores que eram inquestionáveis há algum tempo. O respeito aos idosos e às pessoas com necessidades especiais já foi uma questão de princípio ético humano e não apenas uma gentileza. Agora, infelizmente, as pessoas adoram ver seus direitos respeitados, mas não gostam de respeitar os direitos dos outros. Elas acham que sua pressa, seu atraso, seu estresse é mais importante do que facilitar a vida daqueles que têm dificuldades para fazer a mesma coisa que elas fazem normalmente.

É lamentável, mas isso vai do som alto pelas ruas, sem respeitar escolas, hospitais, áreas residenciais onde pessoas convalescem e até órgãos públicos.

Enquanto isso, as autoridades ficam debatendo sobre seus interesses imediatos e localizados e esquecem-se da finalidade do poder público.

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