quarta-feira, 12 de maio de 2010

Serra em Goiás







POLÍTICA

SUCESSÃO

                                                  Foto: Wildes Barbosa
Jaime Câmara Júnior e José Serra conversam ao centro, observados por Tasso e Cristiano Câmara, Lúcia Vânia, Tadeu Câmara e Marconi (D); e Joel Braga Filho, Demóstenes e Caiado (E).

Goiás precisa de infraestrutura para se desenvolver, diz Serra
Tucano citou o aeroporto e a ferrovia norte-sul como obras que considera fundamentais

Bruno Rocha Lima e Núbia Lôbo

Em sua primeira visita a Goiás como pré-candidato à Presidência da República, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) enfatizou ontem que o Estado precisa de investimentos em infraestrutura para fomentar seu crescimento econômico. O tucano citou a conclusão da Ferrovia Norte-Sul, a ampliação do aeroporto Santa Genoveva e a melhoria da malha viária como prioridades para o Estado caso seja eleito.

“Goiás é um dos celeiros mais importantes do Brasil. Tem uma economia dinâmica, é um Estado que olha para frente. O que Goiás precisa agora é de infraestrutura”, afirmou Serra durante visita à sede da Organização Jaime Câmara (leia mais na página 10), onde almoçou com o presidente, Jaime Câmara Júnior, e diretores da empresa.

O pré-candidato participou durante toda a tarde de diversas atividades em Goiânia e Aparecida de Goiânia acompanhado das cúpulas do PSDB e do DEM. Serra criticou a suposta falta de articulação do governo federal junto aos órgãos de fiscalização, como Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério Público Federal, o que, na sua opinião, trava a conclusão das obras do aeroporto e da Norte-Sul.

“Quando você vai fazer um investimento, prepara todas as condições para que o investimento caminhe, senão não adianta ficar reclamando depois”, alfinetou Serra em entrevista exclusiva aos veículos da OJC. As obras da Ferrovia Norte-Sul se arrastam há 23 anos, enquanto a ampliação do aeroporto de Goiânia foi paralisada em 2006, após o TCU apontar indícios de superfaturamento.

O tucano também defendeu a implantação de um seguro rural para garantir uma retaguarda ao produtor contra imprevistos. Aproveitou o tema para criticar as ações do Movimento dos Sem-Terra (MST), afirmando que seus líderes utilizam a bandeira da reforma agrária como pretexto para movimentações políticas, e disse que o governo tem de parar de “financiar indiretamente esses movimentos”.

Serra reafirmou que pretende, caso eleito, criar o ministério da segurança pública, área que considera prioritária dentre suas plataformas de campanha.

Acordos

A articulação das alianças partidárias foi um assunto que Serra evitou aprofundar. Ao ser questionado sobre a possibilidade de fechar aliança nacional com o PP, disse que essa definição só ocorrerá no final de junho, época das convenções partidárias. “Em política não se raciocina com ‘se’, raciocina com fatos. Então vamos aguardar os fatos, ainda está em tempo, não precisa matar cachorro a grito”, esquivou-se.

Em Goiás, o PP prefere dar palanque à candidatura da ministra Dilma Rousseff (PT), especialmente pelo racha local com o PSDB. Havia a perspectiva do PP nacional, hoje aliado do governo federal, fechar apoio ao tucano, indicando o senador Francisco Dornelles (RJ) para vice da chapa.

No entanto, o próprio Dornelles comunicou ontem ao governador Alcides Rodrigues, presidente de honra do partido, que está descartada esta composição com o PSDB (leia mais na página 11). A articulação com o PP nacional, mais o racha entre DEM e PSDB em Goiás, foram determinantes para que Serra evitasse vir a Goiânia no lançamento da pré-candidatura do senador Marconi Perillo (PSDB) ao governo do Estado, que aconteceu na última sexta-feira em Goiânia.

O presidenciável tucano, que seria uma das principais atrações do ato, acabou gravando apenas um depoimento em vídeo declarando apoio a Marconi. A avaliação de seus aliados é de que a presença de Serra em Goiás, em um evento com discursos pontuados por críticas ao governo estadual, poderia atrapalhar as negociações com o PP.

Serra também negou que o fato de não estar confrontando diretamente o presidente Lula seja uma estratégia de pré-campanha. “Reconhecer que há alguma coisa positiva num partido ao qual me oponho causa espanto. Mas é meu jeito de ser”, justificou.


Bastidores

O Popular

Susto – Em quiosque de produtos de mágica no Buriti Shopping, o presidenciável José Serra se divertia com as magias improvisadas do vendedor até este pedir um autógrafo e avisar: “É uma mágica”. Quando o tucano ia começar a escrever, a caneta explodiu e o susto de Serra provocou gargalhadas na comitiva.

Imperdoável – Ao passear pelas instalações do Vapt Vupt do Buriti, Serra percebeu que fez o mesmo trajeto na entrada e na saída. Foi quando comentou com um jornalista: “Entrar e sair de um lugar pelo mesmo lado é um erro imperdoável”.

Ô vontade – Os deputados Nilo Resende (DEM) e Marlúcio Pereira (PTB) cumprimentaram Serra e ouviram: “Queremos estar juntos”. O tucano, inclusive, repetiu a frase para a imprensa. O problema é a indefinição do DEM de Goiás e a divisão do PTB nacional.

Dieta – Serra aproveitou a conversa com uma vendedora para comprar um suco de uva light. Em outro quiosque, ele e Marconi ganharam milk shake, mas bastou o primeiro gole para começar uma crise de tosse no presidenciável. Antes, Serra avisou que estava com dor de garganta.

Cópia – Em todas as entrevistas que Serra falou sobre os serviços do Vapt Vupt, o tucano deixou claro que o pré-candidato Marconi Perillo copiou o modelo da gestão paulista de Mário Covas. “Lá, temos o Poupa Tempo. Mas o nome Vapt Vupt é muito melhor”, diz Serra.

Lembrada – Em uma das entrevistas que deu aqui em Goiânia, Serra aproveitou o assunto da política local para levantar a bola da senadora Lúcia Vânia. “Super combativa e atenta”, elogiou.

Salto – Questionado sobre a afirmação do presidente Lula de que “o PT vai ganhar as eleições, Serra achou “que não poderia ser diferente”. “É salto alto”, um repórter perguntou. “Não, nunca vi o Lula de salto alto. Aliás, acho que ele cairia, assim como eu”, desconversou o tucano.

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