quarta-feira, 7 de julho de 2010

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Opinião

Aparecida: Maguito cria a 3ª panelinha

Freud de Melo

De há muito que a imprensa falada, escrita e televisada de Goiás noticia a existência de uma “panelinha” ou chamado na atualidade de “grupo de Aparecida”, conjecturando pessoas públicas em atividade dominante na política local, ocupando, impositivamente, os cargos mais importantes na administração municipal, com grande e decisiva influência na área estadual e federal, agindo coercitivamente em todos os setores, mantendo prevalência de seus desejos e caprichos na atividade pública, visando perpetuar o maior tempo possível o mando político mais para auferir vantagens e muito menos para servir o povo, razão maior para existência da democracia, regime doutrinariamente criado nas raízes que alicerçam a liberdade, igualdade e fraternidade que deveria existir entre os povos mas não existe.

A partir do 4º período de administração, após a criação do extraordinário município de Aparecida de Goiânia, com a ascensão do prefeito Norberto Teixeira que chegou inexplicavelmente a prefeitura no momento que sucumbia a revolução de março de 64, representada pela agremiação partidária da Arena que entrava em declínio e desgosto frente ao eleitorado brasileiro, ascendendo o partido do MDB como única alternativa de se alcançar o poder, por necessidade de formar uma base de sustentação e argumentos frente ao eleitorado aparecidense, formou-se na verdade a primeira e mais longa “panelinha política” existente no Brasil que reinou absoluta e ininterruptamente durante 26 anos, onde por dilatadíssimo tempo mandou e desmandou praticando toda sorte de improbidade administrativa. Nesta primeira fase o então governador Iris Rezende (1982-1986) que partiu para formação inicial de sua “panelinha” em nível estadual, visto que, no âmbito municipal já havia formado o mesmo agrupamento a partir da administração de Goiânia, prestou ampla colaboração para que Norberto fizesse a mesma coisa em Aparecida.

Improvisadamente, Norberto formou sua “panelinha” com a participação de figuras sem vivência política mas que ao longo do tempo aprenderam as artimanhas da vida pública até mesmo ora acertando, às vezes errando mais, prejudicando a proporcional continuidade do progresso e desenvolvimento de Aparecida. Integraram o primeiro grupo, Léo Mendanha, Ozair José, Sebastião Viana, Ademir Menezes, Luiz Celestino, Sandro Mabel, Alcides Ribeiro entre outros, hoje consagrados expoentes da vida pública aparecidense. Essa “panelinha” dominou a ferro e a fogo durante três gestões de 14 anos com um mandato municipal prorrogado.

Chegando com cartas marcadas a prefeitura aparecidense, o senhor Ademir Menezes, em oito anos de mandato, sendo um reeletivo mais outro período prefeitural de 4 anos exercido por José Macêdo que foi um candidato colocado “goela abaixo” ao eleitorado, com toda sorte de imposições, compra de votos, aliciamento, colocação de funcionários fantasmas para apenasmente fazer política, etc., etc., etc.... firmou estrutural base eleitoral numa verdadeira extravagância eletiva que sempre feriu os princípios democráticos de fazer uma política sadia, realmente voltada ao interesse coletivo como deveria ser. Da “panelinha” formada e dada continuidade por Ademir, pertenciam todos aqueles que vieram do período “Norbertiano” e muitas outras lideranças que surgiam no dia-a-dia da atividade política aparecidense.

Debaixo de incrustado desejo de “mudanças” e incontido propósito de “alternância no poder”, de “mão beijada”, apenas com a transferência de domicílio residencial e eleitoral, em momento de especial tendência de votos, chegou a titularidade da prefeitura e pessoa jurídica do município de Aparecida de Goiânia, o consagrado administrador e também artimanhoso político Maguito Vilela que vem fazendo uma produtiva administração mas errando politicamente a torto e a direito, quando mais do que familiocraticamente, criou a terceira e mais selecionada “panelinha” que se tem notícia em toda circunscrição territorial do extraordinário e genericamente desrespeitado município de Aparecida de Goiânia que tem luz própria mas vive na dependência de valores políticos vindos de fora e quando aqui chegam atrapalham tudo por dentro, ocasião em que desprezando verdadeiros e abnegados companheiros de campanha passou a arregimentar “elementos-refugo” das “panelinhas” anteriores e, adredemente, criando a sua própria com a integralização de seu filho Daniel Vilela, sobrinho Leandro Vilela, Thiago Peixoto e outros mais que gradativamente irão reforçar o “staf panelífero” que tende aumentar cada vez mais na medida da necessidade de coaptação eleitoral.

Na atual conjuntura política, “panelinha” é a remanescência dos antigos coronéis que especialmente dominaram a região norte-nordeste do país, estabelecendo os “currais eleitorais” com o objetivo de controlar inclusive a maneira de se votar neste ou naquele candidato, ferindo de morte o regime democrático que apesar dos seus defeitos ainda é o melhor dos sistemas de governo vigente me todo mundo.

O maior beneficiário de tudo isso será o senhor Marconi Perillo que ao longo de sua atividade pública, nunca criou qualquer “panelinha” e nem prestigiou a formação de uma delas sobre o seu manto protetor, ao contrário de Iris Rezende, Norberto Teixeira, Ademir Menezes e Maguito Vilela que apoiam candidaturas governamentais tradicionalmente “panelíferas” de forma antidemocrática, sob todos os aspectos, e o que é pior, sem vivência e prestação de bens e serviços ao necessitado povo aparecidense. Com a formação desse agrupamento político que acomoda interesses de fora, passa-se um atestado de incompetência a classe política aparecidense que fica vista como inoperante e incapaz, o que não é verdade pois no município vivem e trabalham pessoas da mais alta qualidade. O eleitor aparecidense deverá votar em Marconi Perillo pela sua maneira de fazer benefícios sem apadrinhamento ou formação de grupos, pois tem demonstrado exercer atividade pública dentro da necessária modernidade. As urnas de 3 de outubro deverão confirmar essa assertiva.


Freud de Melo é ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, advogado, proprietário urbano e rural

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