terça-feira, 13 de julho de 2010

Íris abandonou o Zoológico!





POLÍTICA

Descumprimento de exigências dificulta reabertura de zoológico
Não-realização de intervenções por parte da direção do zoo impede o retorno das visitas

Alfredo Mergulhão

O Parque Zoológico de Goiânia completará um ano com as portas fechadas no próximo dia 20 sem ter data para reabertura. A não-realização de intervenções como troca de alambrados, implantação de circuito interno de televisão, instalação de catracas eletrônicas e falta de cadeados para os portões impedem o retorno das visitas. Estas exigências constam no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em setembro do ano passado com o Ministério Público (MP) Estadual. No último domingo, uma zebra morreu no local.

O cumprimento desta fase do TAC estava previsto para ser finalizado até março deste ano. Com o vencimento do prazo, a direção do parque solicitou mais 120 dias para concluir as obras. O tempo de prorrogação vai expirar no final deste mês sem que as intervenções tenham terminado.

O TAC também estabelece a presença de policiamento armado e sistema de identificação de todas as pessoas que entrarem no lugar, inclusive visitantes e fornecedores. Essas medidas serão incluídas no Plano de Segurança que a Guarda Municipal de Goiânia tem elaborado, mas o documento ainda não está pronto.

"O cronograma está atrasado no que refere ao controle de acesso de pessoas. Foi constatada vulnerabilidade, que precisa ser sanada", disse a promotora Marta Moriya Loyola, que acompanha o caso. "Sem que todos os requisitos incluídos no TAC sejam cumpridos, o zoológico não será reaberto", completou.

Há ainda exigência da elaboração de um Plano de Análise de Riscos para Emergência e Qualidade do Ambiente. Nele, deve constar um programa de ações para serem tomadas no caso de fuga de animais de grande periculosidade e um sistema de evacuação imediata do parque na hipótese de haver um acidente.

O diretor do zoológico, Raphael Cupertino, explica que as intervenções estão em andamento, mas a conclusão depende do trabalho de outros órgãos da Prefeitura. A troca do alambrado aguarda finalização das obras na Alameda das Rosas. "Não podemos fazer o cercamento total devido as mudanças no lago, que podem afetar à galeria fluvial. Mas desativamos dois portões com a construção de muros, o que melhora a segurança", disse Cupertino.

Já a instalação de catracas eletrônicas e câmeras de segurança em pontos estratégicos do parque exige abertura de processo de licitação, que será iniciado após conclusão do Plano de Segurança que a Guarda Municipal prepara. "Os cadeados nós já adquirimos. Eles são codificados eletronicamente, de acordo com o setor que serão usados", afirmou. A expectativa é de reabrir o parque ainda neste ano.

Exames
A demora na entrega dos resultados dos exames feitos pelo plantel do zoológico também retarda a reabertura do parque. O prazo foi adiado pela terceira vez no dia 19 de junho, em atendimento a pedido da direção do horto.

A realização dos exames foi um dos motivos para os técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis em Goiás (Ibama-GO) pedirem o fechamento do espaço para visitações. O acompanhamento médico objetivava prevenir mortes de animais no zoológico. No ano passado, 98 espécimes morreram no local e outros 28 neste ano. Na época da interdição, o zoológico havia perdido sete animais de grande porte: um leão, uma onça-pintada, dois hipopótamos, um tamanduá, uma girafa e um jacaré-açú.

A coleta das amostras de sangue e fezes dos animais atrasou devido a dificuldade com manejo dos bichos. "É difícil capturá-los. Eles ficam estressados com a abordagem", disse a bióloga Cristiane Borges Miguel, coordenadora de Fauna do órgão federal. "Concedemos adiamento por entender que não tem havido corpo mole da direção do zoo. Nossa preocupação é com o bem estar dos animais". A coordenadora sustenta que o controle e monitoramento do plantel tem sido feito.

Veneno pode ter matado

A hipótese de envenenamento tem sido considerada para explicar a morte de dois animais dentro do Zoológico de Goiânia no último ano. Um deles é a zebra Safira, encontrada sem vida no último domingo, dia 11.

Amostras de órgãos do espécime foram retirados e serão encaminhados para exame toxicológico. "Foi repassado o relatório preliminar da necrópsia e de fato existe a possibilidade de envenenamento", disse a coordenadora de Fauna do Ibama, Cristiane Borges Miguel. O documento também foi repassado ao Ministério público Estadual (MP) e à Delegacia Estadual do Meio Ambiente.

A morte da girafa Tico também é investigada pela possibilidade de ter sido causada por envenenamento. Os exames do animal estão em fase avançada. A coordenadora de Fauna do Ibama, Cristiane Borges Miguel, disse que vai se pronunciar sobre o caso somente após a divulgação de dados conclusivos sobre a morte.

A tarde de ontem foi de decepção aos visitantes desavisados. Elessandra Eterna Coelho, de 29 anos, aproveitou a vinda à Goiânia para realização de exames em Elen Cássia, de 8 anos, para conhecer o parque. "Perdi a oportunidade, pois moro em Itaberaí e nunca tinha visitado o zoológico", disse a secretária.

2 comentários:

  1. EU ESTOU INDIGNADO COM AS MORTES NO ZOO DE GOIANIA.....NINGUEM VAI SER PUNIDO...ESTAO QUERENDO PROMOVER RAFAEL CUPERTINO PARA CARREIRA POLITICA MAS SUA INCOPETENCIA É GRITANTE...ALEM DE SER UM PESSIMO ADMINISTRADOR DESONRA A CLASSE DOS VETERINARIOS... VEJA QUE IRONIA ELE FAZ PARTE DA COMISSAO DE BEM ESTAR ANIMAL DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINARIA....KKKK..O MINISTERIO PUBLICO TEM AS PROVAS CONTRA RAFAEL MAS O IRIS NAO DEIXA PUNI-LO...PQ SERÁ...

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  2. Você tem razão. Nunca na história de Goiânia tantos animais morreram no Zoológico em tão pouco tempo e ninguém é responsabilizado por tal catástrofe, como se os próprios animais fossem os culpados pelas suas mortes.

    Espero que leitores conscientes, com poder de argumento tal qual os seus, entrem nessa luta pelo respeito à vida daqueles indefesos seres, que além de viverem em péssimas condições, estão sendo menesprezados por quem deveira cuidar deles.

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