Iris Rezende: comitê e comício

Política & Justiça

Iris faz comício e inaugura comitê

Evento conta com presença de candidato à vice-presidência Michel Temer, que pediu votos ao colega de partido

Márcia Abreu

“Esse momento, que antecede os próximos 75 dias de campanha política em busca de atenção da criança, do adolescente, do jovem e do idoso, é de emoção muito profunda”, disse o governadoriável Iris Rezende (PMDB), ontem à noite, ao inaugurar comitê no setor Bueno e realizar seu primeiro comício. Cercado de lideranças políticas, entre elas o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), o deputado federal Michel Temer (PMDB-SP) e o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), Iris reafirmou que Goiás vive situação de calamidade, que está “falido, liquidado”.

Para o peemedebista, só há uma saída: “Goiás precisa de um líder. Um gerente honrado e compromissado com os muitos problemas que o Estado enfrenta. É preciso devolver a tranquilidade ao goiano. É necessário oferecer-lhe bem-estar, boa condição de vida no que diz respeito à saúde, educação, infraestrutura, cultura, lazer, esporte e tantas outras coisas tão importantes para a vida humana”.

O candidato afirmou que a partir de hoje percorrerá Goiás, levando ao povo propostas de governo para que cada pessoa possa avaliá-las e concluir se ele tem competência ou não para executá-las. “Porque promessa por promessa todos candidatos fazem; projetos por projetos todos apresentam; agora nós temos de alertar o povo para uma realidade: avaliar se as pessoas que apresentam projetos têm competência para executá-los. Porque existem muitas frustrações na área da política exatamente por isso: porque em época de eleição todos se apresentam com propostas interessantes e, ao ganhar as eleições muitos não têm competência para executar o que prometeram ou não têm responsabilidade para assumir os compromissos e procurar cumpri-los após ter o poder nas mãos”.

Para Iris, a análise não será difícil, porque como ele tem dito desde que deixou a prefeitura de Goiânia (em abril) para disputar o Palácio das Esmeraldas ,“os goianos conhecem a administração dos três principais candidatos (ele, Marconi Perillo, PSDB, e Vanderlan Cardoso, PR) que se apresentam nessa campanha ao governo estadual”.

O peemedebista afirmou que pessoa alguma pode dizer que em algum dia ele tenha falhado com seus compromissos ou tenha deixado a desejar com relação à responsabilidade que foi colocada em suas mãos desde o início de sua carreira política. “O povo me conhece. Sou político de muitas eleições e ninguém pode reclamar da minha postura como vereador e presidente da Câmara Municipal nos anos 1950; como deputado e presidente da Assembleia Legislativa nos anos 1960 ou como prefeito de 1966 a 1969, porque sabem que quando assumo o poder sou incansável, assim como sou na campanha: assumo administração para resgatar os compromissos e fazer da população um povo feliz”.

Na campanha, Iris disse que utilizará todos os meios de comunicação social; além do conhecido corpo a corpo, das visitas aos municípios goianos; comícios, caminhadas, carreatas e passeatas, a fim de integrar as pessoas ao projeto de PMDB, PT e PCdoB, que tem como objetivo eleger presidente, governador; senador, deputados federais e estaduais. “Porque uma eleição só tem sentido com a participação popular, mas é claro que os partidos têm suas responsabilidades.”

CPI

Para o governadoriável Iris Rezende (PMDB), a CPI do Déficit, instalada na Assembleia Legislativa de Goiás para descobrir se houve de fato déficit de R$100 milhões herdado pelo governador Alcides Rodrigues (PP), do antecessor Marconi Perillo (PSDB), é um interesse de tampar o sol com a peneira. O candidato lembra que quem tornou público o déficit não foi o PMDB nem a oposição e sim Alcides, que era companheiro de Marconi.

“Quem denunciou a selvageria praticada no governo de Goiás por um dos nossos concorrentes, que à época era governador, não foi o PMDB, nem a oposição. Foi o próprio companheiro de Marconi, que foi seu vice por duas vezes, que assumiu o governo e após ser eleito sentiu com mais profundidade o que lhe foi colocado nas mãos: um governo estraçalhado, quebrado, com um déficit extraordinário”.

No entanto, disse o peemedebista, quando ele optou por deixar a administração municipal e disputar o governo de Goiás, o fez consciente da situação que o Estado experimenta e o problema não o assusta já que sua vida pública sempre foi de assumir governo em situações difíceis. “Tenho consciência do Estado que vou pegar, caso ganhe a eleição. E não me assusta porque minha vida tem sido assumir governo com dificuldade e recuperá-lo. Foi assim em 1983; quando fui empossado no cargo de governador e o Estado devia seis meses ao funcionalismo estadual dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Os próprios deputados estavam com seis meses de atraso; desembargadores e juízes. O que mais fiz para colocar as finanças viáveis foi vender os aviões, que era algo que o Estado tinha demais, e deixamos apenas três. Pronto, resolvemos os problemas”.

TEMER

Deputado federal pelo PMDB de São Paulo e candidato à vice da presidenciável Dilma Rousseff (PT), Michel Temer esteve ontem à noite em Goiânia no primeiro comício do governadoriável Iris Rezende (PMDB), que também inaugurou comitê. Temer, que chegou às 19h55 no local acompanhado pelos peemedebistas Iris de Araújo, deputada federal, e Adib Elias, candidato ao Senado, afirmou que veio a Goiás para dizer à população regional que o candidato da coligação Goiás Rumo ao Futuro é a melhor opção.

“Iris é uma das maiores lideranças do PMDB goiano e nacional. É um dos maiores políticos do Brasil. De forma que digo a vocês: se for eleito governador, quem vai ganhar são vocês. Goiás é tão importante e por isso merece Iris governador”, declarou, sob fogos de artifícios e aplausos, completando que ninguém calaria a boca dos peemedebistas (fazendo referência aos problemas financeiros por quais Goiás passa e dando a entender que Iris pode solucionar a questão).

O deputado lembrou os cargos públicos exercidos pelo governadoriável e disse que o ex-prefeito de Goiânia já é um vencedor por ter no currículo extensa militância política. “Ele (Iris) fez excelente gestão em Goiânia; já foi senador; prefeito da Capital por três vezes; governador duas; ministro; por tudo isso creio que é um vencedor e mais: que será vitorioso nas eleições de outubro”, afirmou.

O vice-presidenciável demonstrou satisfação em ver a aliança nacional entre PMDB e PT se repetir em Goiás. “Me alegra saber que aqui (no Estado) se reproduziu precisamente a aliança nacional”. O peemedebista disse que o Brasil está caminhando para o chamado sistema de coalizão (aliança de potências), em que numa coligação cada legenda tem oportunidade de defender seus projetos. “Assim acontece no cenário nacional. Dilma tem suas ideias, eu tenho as minhas e juntos faremos o que será o nosso plano de governo. Aqui em Goiás dá-se o mesmo com a aliança entre PMDB, PT e PCdoB”.

Elogios

Durante discurso que durou cerca de dez minutos, Temer foi só elogios ao peemedebista Adib Elias. Contou que desde a primeira vez que veio a Goiás, época em que conheceu o ex-prefeito de Catalão, ficou impressionado com a desenvoltura e capacidade política do candidato ao Senado.

Revelou já ter dito a Iris algumas vezes que Adib precisa participar da mesa de decisões nacionais. “Já faz alguns anos que digo ao nosso futuro governador (Iris) que Adib tem de ultrapassar as fronteiras goianas. É político de potencial e por isso será eleito Senador”, afirmou emendando que tem dois irmãos; um chama-se Adib e outro Elias. “Aqui em Goiás tenho um irmão: o Adib Elias”, brincou.

Ainda no discurso, o deputado falou sobre a importância de elegerem deputados estaduais e federais, para que Iris tenha respaldo na Assembleia Legislativa e Câmara Federal, caso eleito governador. “É preciso se atentar também para a necessidade de se ter bancada forte na AL e na Câmara em Brasília. O governador precisa contar com esse apoio na hora de aprovar os projetos que beneficiam o Estado”, ponderou.